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quarta-feira, 30 de março de 2011

Anemia


Para que seja entendido o processo anêmico em toda a sua extensão, precisamos compreender a importância da respiração e mais precisamente do oxigênio do ar no funcionamento de nosso organismo. O oxigênio é um grande gerador de energia, tanto que precisamos dele para processos de combustão, produzindo calor pelo fogo, energia mecânica através de motores de carros, etc... Em nosso organismo não é diferente, sendo o oxigênio utilizado no metabolismo de milhares de células do organismo para gerar a energia necessária à vida. Temos outras fontes de energia, como os açúcares, os carboidratos e proteínas, mas o oxigênio continua sendo a principal fonte. O seu transporte aos vários órgãos e células do corpo humano é feito por uma estrutura denominada hemoglobina, que é por sua vez transportada por uma célula denominada hemácia, a famosa célula vermelha. Sua cor avermelhada se dá pela forte concentração de ferro na hemoglobina. É por isso que nosso sangue tem a coloração avermelhada, pois as hemácias correspondem a aproximadamente 40 a 50% do volume total do sangue. Quando temos uma diminuição nas concentrações de hemoglobina e/ou hemácias, desenvolvemos o chamado quadro anêmico. Ou seja, no indivíduo anêmico a oferta de oxigênio aos tecidos e órgãos está diminuída. Com isso, falta energia para desenvolver as diversas funções do dia a dia, e a pessoa começa a sentir falta de ar ao subir escadas, cansaço fácil, dores musculares, palpitação aos esforços, sonolência, náuseas, dores musculares, perda da libido, entre outros. A intensidade dos sintomas será proporcional ao grau de anemia. Existem vários tipos de anemia, que muitas vezes variam de uma determinada região para outra. Elas podem ser causadas por perdas sanguíneas, como hemorragias, desnutrição, alterações genéticas do indivíduo, carências alimentares de ferro, vitaminas B12 e folatos e, em alguns casos, associadas a outras doenças como insuficiência renal, insuficiência hepática, Leucemias e outras. No Brasil, as causas mais comuns de anemia são a deficiência de Ferro, Vitamina B12 e Folatos. O ferro é um elemento fundamental na estrutura da hemoglobina, por sua capacidade de se ligar ao oxigênio. Sua deficiência se caracteriza por diminuição na produção e consequentemente nos níveis séricos de hemoglobina. Já a Vitamina B12 e Folatos são fundamentais na produção da hemácia, e sua deficiência se caracteriza por diminuição nos níveis séricos das hemácias. Ambas as deficiências podem causar anemias em variados graus. As alterações genéticas mais comuns são a Doença ou Anemia Falciforme e as Talassemias. A doença falciforme é mais comum entre os negros e seus descendentes e ocorre por uma troca de um simples aminoácido na cadeia protéica da hemoglobina. O organismo passa, então, a produzir um tipo diferente de hemoglobina, a qual é instável em baixas concentrações de oxigênio. Ou seja, quando diminuem as concentrações de oxigênio na hemácia, a hemoglobina se precipita e fica com um formato de foice (daí a denominação falciforme). Esta hemácia em formato de foice é destruída pelo nosso organismo e ainda pode ocluir pequenos vasos sanguíneos. Já a Talassemia é mais comum entre descendentes de Italianos, Gregos, Libaneses e Turcos, e se caracteriza por uma deficiência parcial ou total na produção de algum tipo de hemoglobina. A gravidade do quadro anêmico varia de acordo com a carga genética do indivíduo. Bem, estas são as anemias mais comuns no Brasil, no entanto existem outros tipos. É importante, na ocorrência dos sintomas citados anteriormente, procurar seu médico, pois o diagnóstico da anemia só pode ser realizado com a análise de dados clínicos e laboratoriais do paciente. O exame laboratorial de escolha para o diagnóstico de anemia de um paciente é o Hemograma. Nele serão verificados as concentrações sanguíneas de hemácias, hemoglobinas, entre outras medições. Nele são verificadas também as características celulares de cada indivíduo. Com base no resultado do Hemograma o médico poderá solicitar outros exames, mais específicos para cada tipo de anemia. No ValeClin Laboratório utilizamos, para as análises Hematológicas, o equipamento completamente automatizado Pentra ABX 120. Este equipamento é importado da França e oferece como diferencial a medição de vários parâmetros, que adicionam valor diagnóstico ao tradicional hemograma. Integrado à nossa rede de informática, os pacientes são identificados por códigos de barras colados no momento da coleta, eliminado a possibilidade de troca de amostras ou erros na digitação dos resultados. Todos os resultados são monitorados por um exigente programa de Controle da Qualidade.

Fonte: Dr. José Placido de Almeida Sgavioli - Dr. Giovanni Melozi Sgavioli

segunda-feira, 28 de março de 2011

Corrimento vaginal: tire suas dúvidas


O corrimento vaginal é um dos problemas ginecológicos mais comuns e na maioria dos casos pode ser evitado.


Também conhecido como vaginite, o corrimento vaginal é um dos problemas ginecológicos mais comuns na mulher. Trata-se de uma inflamação dos tecidos vaginais, que passam a produzir uma secreção anormal. Toda mulher produz secreção vaginal, que é incolor, sem cheiro, não causa coceira e muda de consistência no decorrer do mês conforme as fases do ciclo menstrual.

Um dos primeiros indícios de corrimento vaginal é quando a secreção apresenta coloração diferente: amarelada, acinzentada ou esverdeada. Outro sinal de corrimento é quando a secreção apresenta odor desagradável. Pode haver ainda coceira ou ardor na vagina e vontade mais frequente de urinar.

Causas

São vários os fatores que podem provocar o corrimento vaginal. Dentre eles, estão o uso de roupas apertadas e tecidos sintéticos, que abafam e impedem a ventilação dessa área e favorecem a instalação de fungos e bactérias.

Outro fator causador do corrimento vaginal é a utilização de produtos perfumados, como amaciantes ou sabonetes e até mesmo papel higiênico, pois aumentam o risco de irritação. As doenças sexualmente transmissíveis, baixa imunidade e até mesmo estresse favorecem a vaginite.

Como evitar

O problema tem tratamento simples, mas na maioria dos casos pode ser evitado. A melhor forma de prevenção está na mudança de hábitos comuns. Evite usar calças jeans ou roupas muito apertadas e de tecidos como a lycra.

Dê preferência para o uso de calcinhas de algodão, não use roupas íntimas e toalhas de outras pessoas e seque bem o corpo depois do banho. Outra forma de evitar o corrimento vaginal é tendo cuidados redobrados com a higiene íntima, o que evita também a infecção urinária.

O uso da camisinha nas relações sexuais é indispensável, pois previne da transmissão por bactérias.

Tratamento

O objetivo do tratamento para corrimento vaginal é eliminar os microorganismos responsáveis pela inflamação. Para isso, são utilizados antibióticos, antifúngicos, bactericidas ou comprimidos.

Ao notar um corrimento diferente do normal, procure imediatamente um médico e jamais faça a automedicação. É importante alertar que se não for tratado, um corrimento vaginal aparentemente simples pode se agravar e levar a inflamações no útero, trompas e ovários.


Dra. Maria Beatriz Piraí de Oliveira Ginecologista e Obstetra

sexta-feira, 25 de março de 2011

A mulher na Menopausa


Calcula-se, em números redondos, que a população feminina do Brasil é de 75 milhões, e que o número de mulheres acima de 49 anos é de 10 milhões (cerca de 13% do total). Levando-se em conta que a expectativa de vida da mulher brasileira aumentou (no homem é 8 anos menor), e hoje é estimada em mais de 72 anos de idade, pode-se entender a importância que o climatério representa para o dia-a-dia. Esse imenso contingente de possíveis pacientes, que acabam representando um importante problema de Saúde Pública, necessita entender o que está acontecendo no seu corpo. Menopausa é o nome que se dá à última menstruação que acontece na mulher. Ocorre, geralmente quando ela tem cerca de 45/50 anos de idade, mas não acontece de repente, da “noite para ao dia”. Algum tempo antes da menopausa há o período no qual as menstruações se tornam irregulares, o ciclo e o fluxo variando de intensidade, ora de muita, ora de pouca quantidade de sangue, até que desaparece, por completo. No período pós-menopausa o acontecimento mais importante é o fato de os óvulos não mais amadurecerem nos ovários, o que determina que a mulher não é mais fértil, isto é, não pode mais procriar. Os hormônios ovarianos (estrogênio e progesterona), que já estavam diminuindo antes da menopausa, caem ainda mais durante esse período pós-menopausa. Por causa da falta dos hormônios ovarianos a mulher começa a sentir e a notar uma série de sinais e sintomas. As primeiras e mais comuns das queixas são, sem dúvida, os calores repentinos e a transpiração excessiva, que se repetem inúmeras vezes ao longo do dia e da noite, interferindo inclusive com o próprio sono, já que a mulher acorda várias vezes à noite. A diminuição dos hormônios se mostra perceptível em várias outras áreas, como a pele (se torna mais fina, seca e enruga), os cabelos (mais ralos e quebradiços) e até a voz que pode se tornar um pouco mais grave. Além disso, a mucosa vaginal (revestimento interno da vagina) torna-se mais fina e seca, o que pode levar à relação sexual dolorosa, e o aparelho urinário apresenta dificuldade em reter a urina na bexiga, fazendo com que as idas ao banheiro tornem-se mais freqüentes. A instabilidade emocional é um dos aspectos mais marcantes desse período, quando sensações de depressão/excitação se revezam com grande facilidade e sem razão aparente, tornando a mulher absolutamente imprevisível, além de gerar profundos sentimentos de inferioridade e rejeição. Todos esses sintomas são provenientes da diminuição da produção de hormônios ovarianos. A solução é sem dúvida, repor os hormônios que os ovários não produzem mais, na chamada Terapia de Reposição Hormonal - TRH. Ao substituírem os hormônios naturais, os medicamentos da TRH revertem os principais sinais/sintomas climatéricos, reproduzindo, de certa forma, as condições pré-menopausa. A idéia do climatério foi estabelecida em 1816 por De Gardanne na França. No início do século XX foram feitas as primeiras tentativas de utilização da T.R.H., utilizando extrato ovariano de vaca.Atualmente, nos Estados Unidos e na Europa, não mais que 20% das mulheres que precisariam de hormônio recebem T.R.H. e das que começam a usar, 75% abandonam após o primeiro ano de uso. A problemática da aceitação à T.R.H. é multifatorial (medo de obesidade e câncer), porém o seu denominador comum é a informação. O climatério hoje é problema de saúde pública que deve ser encarado prontamente pelo ônus que acarreta à sociedade e o número de doenças registradas nesta etapa que poderiam ser evitadas com o uso adequado de hormônios. A mulher no climatério não é uma “doente”, nesse período apenas está se ressentindo da falta de alguns hormônios no seu organismo que fizeram parte de sua vida durante muitos anos . No mais, esta mulher atingiu o ápice de sua experiência e maturidade e está apta a ser feliz e fazer os outros felizes.


Dr. Antonio José Chinez Neto Título de Especialista(TEGO 81/2000) Aperfeiçoamento no Instituto Palácios – Madri - Espanha

domingo, 20 de março de 2011

Entenda seu Ciclo Menstrual




Primeiro alguns dados Toda menina nasce com até 450 mil óvulos armazenados nos ovários. Na época da primeira menstruação, geralmente entre os 10 e os 14 anos, esses óvulos começam a ser amadurecer e a ser liberados, um a um, mensalmente. O óvulo é liberado do ovário e cai em estruturas parecidas com franjas na extremidade da tuba uterina (ou trompa de Falópio), que o vão transportando, devagar, com um movimento ondulatório, até o útero. Se no meio do caminho o óvulo for fertilizado por um espermatozóide, ele vai se alojar quando chegar ao útero e se multiplicar até se transformar no bebê e na placenta. Se a fertilização não acontecer, o óvulo será eliminado, junto com o revestimento interno do útero -- o que compõe sua menstruação. Como é um ciclo menstrual normal? Um ciclo menstrual normal costuma durar 28 dias, contando desde o primeiro dia da menstruação até o início da menstruação seguinte. Há mulheres que têm ciclos bem mais curtos, com até 23 dias, e outras possuem ciclos mais compridos, de até 35 dias.

Ciclos mais curtos ou mais longos que isso têm mais probabilidade de ser anormais, por isso é aconselhável conversar com o ginecologista. Também é preciso ser avaliada pelo médico se você tiver sangramentos no meio do ciclo ou depois de ter relações sexuais. Como os hormônios funcionam Seu ciclo menstrual é controlado por uma série de hormônios produzidos por partes diferentes do corpo: • Hormônio liberador de gonadotropina (produzido pelo hipotálamo, que fica no cérebro) • Hormônio folículo-estimulante (produzido pela hipófise, uma glândula que também fica no cérebro) • Hormônio luteinizante (também produzido pela hipófise) • Estrogênio (produzido pelos ovários) • Progesterona (também produzida pelos ovários) O processo começa no cérebro.
O hipotálamo produz o hormônio liberador da gonadotropina (GnRh), que vai até a hipófise e determina a produção ali do hormônio folículo-estimulante (FSH). O FSH entra na corrente sanguínea e chega até os ovários, estimulando o amadurecimento dos óvulos. Entre 15 e 20 "sacos", chamados folículos, contendo óvulos começam a amadurecer. Um deles (às vezes dois ou mais) se desenvolve mais rápido que os outros: é o folículo dominante. O FSH também estimula os ovários a produzir estrogênio. Esse hormônio incentiva os óvulos a amadurecer e determina que o revestimento interno do útero fique mais espesso, para que possa abrigar um eventual óvulo fertilizado. Ovulação: o óvulo é liberado À medida que os níveis de estrogênio no sangue aumentam, os níveis de FSH diminuem temporariamente, para depois crescerem de novo. Esse novo aumento é acompanhado pela forte secreção pela hipófise do hormônio luteinizante (LH). É o LH que deflagra a ovulação -- o momento em que o óvulo mais maduro rompe o folículo e sai do ovário. Logo que é liberado, o óvulo é capturado pela extremidade da tuba uterina (ou trompa de Falópio). O colo do útero, o "gargalo" que une o útero à vagina, normalmente produz um muco opaco e espesso, que os espermatozóides não conseguem penetrar. Pouco antes da ovulação, no entanto, o estrogênio faz com que essa secreção mude de aspecto: ela fica mais fina, transparente e viscosa, parecida com clara de ovo.
Através dela os espermatozóides conseguem passar pelo colo do útero e nadar até as tubas uterinas, para então encontrar o óvulo. É na tuba (ou trompa) que a fertilização costuma acontecer. Depois da ovulação Dentro do ovário, o folículo vazio de onde o óvulo saiu se transforma no corpo lúteo. Trata-se de um pequeno aglomerado de células amarelado, que começa a produzir a progesterona. A ação da progesterona faz com que o muco que reveste o colo do útero e a vagina volte a ficar opaco e impenetrável aos espermatozóides. Também estimula o revestimento interno do útero, que fica mais espesso e de aspecto esponjoso, devido ao forte afluxo de sangue. É o endométrio, que está pronto para receber o zigoto (óvulo fertilizado por um espermatozóide). Conforme a concentração de progesterona no corpo aumenta, os seios ficam mais volumosos e sensíveis. A hipófise pára de produzir o FSH, para que nenhum outro óvulo amadureça. Quando há fertilização... Quando um espermatozóide fertiliza o óvulo dentro da tuba uterina, o óvulo continua descendo até chegar ao útero, onde se aninha no endométrio, o revestimento interno do útero. A essa altura, o zigoto já possui cerca de 150 células. A viagem desde o ovário até o útero leva cerca de cinco dias. Os níveis de progesterona continuam altos, o corpo lúteo continua trabalhando e pode se transformar num cisto temporário, e é possível que você comece a sentir os primeiros sintomas da gravidez. Quando não há fertilização...
Se o óvulo não for fertilizado ou se, mesmo fertilizado, não conseguir se implantar no endométrio, ele começa a se desintegrar, e o corpo lúteo diminui. Os níveis de estrogênio e de progesterona caem, e o revestimento interno do útero começa a produzir prostaglandina. Essa substância modifica a irrigação sanguínea do útero, fazendo com que o endométrio se rompa e que o útero comece a se contrair para expulsá-lo (daí a cólica menstrual). A menstruação desce, e o óvulo não-fertilizado é eliminado junto com o revestimento uterino. Com isso, o ciclo recomeça. 
Fonte: http://brasil.babycenter.com

Defesas Imunológicas


Um importante mecanismo de defesa do sangue são os glóbulos brancos.  O corpo humano tem uma série de defesas contra ameaças e agressões externas. Essa proteção natural chama-se defesa imunológica e é fundamental para a preservação da vida porque confere maior resistência ao organismo. O processo imunológico se inicia quando as estruturas de defesa do corpo reconhecem algum material estranho. O ataque a esse material estranho pode ser feito por mecanismos de resistência natural ou através de respostas imunológica específica, adquirida por meio de vacinas. Um importante mecanismo de defesa do sangue são os glóbulos brancos que formam um verdadeiro exército atuando dentro do nosso corpo. Eles aumentam de número quando aparece uma infecção, elevando as defesas e ajudando no combate. Essenciais também são as plaquetas, que aumentam a velocidade da coagulação sangüínea, “fechando o corpo” quando nos ferimos ou nos cortamos. Mas o sistema imunológico também pode provocar o aparecimento de efeitos indesejáveis, como reações alérgicas e doenças auto-imunes (como artrite reumatóide, onde os mecanismos de defesa do próprio organismo agridem os tecidos das articulações, provocando a doença). Para manter as defesas imunológicas em dia, é importante dormir bem, evitar o excesso de estresse e consumir alimentos ricos em fibras como carboidratos integrais (farinhas integrais), frutas, verduras e carnes brancas como peixes e frango em abundância. 
http://zambon.com.br

sexta-feira, 18 de março de 2011

Irregularidades menstruais




Uma das queixas mais comuns em consultas ginecológicas são de problemas relacionados à menstruação. Que problemas são estes? O que deve ser tratado? O que é considerado normal?
A partir da primeira menstruação, menarca como chamamos, podem existir alterações nos padrões do ciclo menstrual normal. Até 2 a 2,5 anos depois da primeira menstruação podem ocorrer alterações por imaturidade da glândula que regula a liberação de hormônios que faz menstruar. Pode-se menstruar 02 a 03 vezes ao mês ou ficar mais de 02 meses sem menstruar.
Tudo isso até 2,5 anos depois da primeira menstruação. A partir daí já é para se ter um ciclo regular, ou seja, um intervalo de 22 a 35 dias do primeiro dia da menstruação ao primeiro dia da próxima menstruação. Um exemplo para entender: se você menstruou dia 01/01, depois 05/02 e 28/02 considera-se que sua menstruação está normal. Quando se entra no climatério novamente ocorre uma alteração natural no ciclo menstrual: ou encurtando os ciclos ou aumentando os mesmos. Essas alterações descritas são consideradas dentro de um limite de normalidade. Deve-se fazer o exame ginecológico para se excluir doenças do trato genital que ocasionam alterações na menstruação como por exemplo "feridas" do colo do útero, que podem sangrar e ser erroneamente confundidas com a menstruação. Problemas que podem alterar a menstruação são listados abaixo com seus sintomas mais comuns: - Ovários micropolicisticos: São pequenos cistos no ovário que alteram os hormônios, e consequentemente a menstruação.
Pode-se ficar muito tempo sem menstruar, com um aumento de peso, pêlos e acne. Pode também menstruar com intervalo menor que 22 dias. - Cisto no ovário: Neste caso existe um cisto grande em um ovário podendo causar dor ou não. As alterações na menstruação ocorrem, mas é raro vir acompanhado de acne e aumento de pêlos. - Miomas: São tumores benignos do útero, antigamente conhecidos também como quistos. Em pacientes pré dispostas pode levar a um aumento do fluxo menstrual e cólicas. Algumas mulheres têm miomas, mas não desenvolvem nenhum tipo de sintomas. - Alterações hormonais: alguns hormônios podem alterar também o ciclo menstrual como por exemplo os da tireóide. - Uso de medicações: algumas medicações podem alterar a menstruação como por exemplo antidepressivos. - Cirurgias: laqueaduras, cirurgias em ovários podem alterar a menstruação. É muito importante sempre anotar os dias da menstruação e sempre detalhar todos os sintomas a seu médico. 
Dra. Maria Beatriz Piraí de Oliveira Ginecologista e Obstetra

terça-feira, 15 de março de 2011

Perguntas frequentes sobre aftas



O que é uma afta? A afta ou úlcera aftosa recorrente é uma doença comum, que ocorre em cerca de 20% da população,
O que é uma afta? A afta ou úlcera aftosa recorrente é uma doença comum, que ocorre em cerca de 20% da população, caracterizada pelo aparecimento de úlceras dolorosas na mucosa bucal, as quais podem ser múltiplas ou solitárias. Quais as características clínicas da afta? As aftas costumam ser precedidas por ardência e prurido, bem como pelo surgimento de uma área avermelhada. Nessa área desenvolve-se a úlcera, recoberta por uma membrana branco-amarelada e circundada por um halo vermelho.
Essas lesões permanecem cerca de 10 dias e não deixam cicatriz; em geral, o período de maior desconforto perdura por dois ou três dias. Todas as aftas são iguais? Não. Atualmente são reconhecidos três tipos de aftas, sendo a vulgar ou minor a forma mais prevalente. As outras formas são mais raras: uma delas é conhecida como herpetiforme, porque lembra a manifestação do herpes simplex, apresentando um grande número de pequenas ulcerações superficiais arredondadas e agrupadas, que também perduram por cerca de 10 dias; a outra forma é chamada afta major, que, como o nome indica, produz uma ferida maior (com mais de 1 cm de diâmetro), mais profunda, mais dolorida, mais difícil de tratar e que permanece semanas ou, às vezes, meses. Por que as aftas doem tanto?
Além disso, algumas doenças infecciosas, como o herpes, e algumas doenças dermatológicas com ocorrência intrabucal, como o lúpus, embora tenham características próprias bem conhecidas, em certas fases de seu desenvolvimento podem parecer-se com aftas, principalmente para o leigo. Só agora, perto dos 50 anos de idade, comecei a sofrer com aftas. Por quê? Confirmado o diagnóstico (pois nem toda ferida na boca é uma afta), será preciso investigar algum fato relevante na história médica do indivíduo ou se houve alguma modificação importante em seus hábitos de vida. Um fator muitas vezes relacionado com essa história é o abandono do hábito de fumar. O fumo provoca um espessamento da mucosa bucal, que parece tornar-se mais resistente à penetração de agentes desencadeadores da afta. Resta saber se vale correr o risco de adquirir um câncer de boca ou pulmão para se proteger das aftas. Queimo minhas aftas com formol; há algum problema nessa prática? A aplicação de substâncias cáusticas, como o formol, sobre as aftas destrói o tecido da região, inclusive as terminações nervosas, o que faz desaparecer a dor. Entretanto, o que se faz é substituir a afta por uma queimadura química, que causa injúria a tecidos normais. Além disso, há risco de maiores danos pela inadequada manipulação dos produtos por parte dos usuários.

Não se recomenda tal prática. Qual o melhor tratamento para as aftas? Não existe tratamento que seja eficaz para todos os portadores de aftas. Alguns têm uma lesão aftosa uma vez por ano; outros apresentam lesões múltiplas diuturnamente. As medicações de uso sistêmico, como os imunossupressores, são mais efetivas na redução dos sintomas, mas possuem efeitos colaterais indesejáveis, às vezes graves, sendo, por isso, reservadas para os casos mais severos da doença, exigindo o acompanhamento atento de um especialista. Para os indivíduos com quadros clínicos mais leves, a melhor abordagem é a aplicação tópica de anti-sépticos, antiinflamatórios, anestésicos ou protetores de mucosa, naturais ou sintéticos. O cirurgião-dentista deve ser consultado para um adequado diagnóstico e orientação terapêutica. 
REF. BIBLIOGRÁFICA: REVISTA DA APCD V. 53, N.º 6, NOV./DEZ. 1999 REVISÃO: DR. RODRIGO BLAS







sexta-feira, 11 de março de 2011

Os benefícios da quinua



De origem andina e pesquisada em terras nacionais desde os anos 1990, só agora ela começa a cair no gosto do brasileiro. Especialistas assinam embaixo: esse alimento pode fazer maravilhas pela sua saúde

Muita gente ainda nem ouviu falar dela, mas a quinua, que não faz muito tempo desembarcou no Brasil, vem aos poucos conquistando mais espaço em restaurantes e lojas de produtos naturais. E quem ganha com isso, claro, é o consumidor. “Apreciada e até venerada pelos povos dos Andes, ela é uma refeição”, compara o cientista de alimentos Jaime Amaya Farfan, que coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação na Universidade Estadual de Campinas, no interior de São Paulo. “A quinua é muito completa em relação às quantidades de calorias, proteínas, gorduras e carboidratos”, justifica.

Experimentos com aves mostram que o pseudocereal — sim, do ponto de vista da botânica, apesar de parecida com os grãos integrais, é isso o que a quinua é — carrega substâncias capazes de melhorar o transporte de oxigênio pelas células do sangue. Isso, inclusive, justifica em parte a sobrevivência dos antigos exércitos andinos ao chamado “mal da altitude”, ou seja, jornadas de trabalho hercúleas sob as dificuldades do ar rarefeito.

Ah, sim: a quinua também é apelidada de espinafre com grãos. “Isso por causa da proximidade entre as duas plantas”, explica o agrônomo Walter Quadros, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária — Cerrados, no Distrito Federal.

Pesquisas recentes apontam que as fibras e a saponina, substância detergente que recobre a quinua, poderiam reduzir os níveis de colesterol produzido pelo fígado. Incluíla no cardápio seria também uma maneira de combater a obesidade. “Ainda faltam estudos que esclareçam todos os seus benefícios para a saúde”, pondera Farfan. Um sinal de que não são poucos.

Pergunte a qualquer especialista sobre quinua e ele provavelmente irá salientar a qualidade da proteína dessa semente, comparável à de alimentos de origem animal. O segredo não está na quantidade, mas no equilíbrio entre vários tipinhos proteicos que, juntos, oferecem quase toda sorte de matéria-prima de que o organismo precisa. “Por isso dizemos que têm alto valor biológico”, enfatiza a pesquisadora Ana Maria Costa, que examina as características nutricionais da quinua na Embrapa Cerrados. A quinua agrega, por exemplo, a lisina e a metionina, aminoácidos encontrados na dupla arroz com feijão — famosos por serem uma espécie de combinação perfeita.

Outra faceta de dar inveja a qualquer cereal genuíno é a concentração de zinco, cálcio e ferro — esse último, suficiente para convencer os especialistas de que a quinua seria uma solução para casos de anemia. Sem falar nos indícios de que seus fitoestrógenos, que cumprem o papel de hormônios no organismo, ajudariam a afastar a osteoporose nas mulheres depois da menopausa.

Se, depois de ler tudo isso, você está se questionando sobre qual é a melhor forma de consumir a quinua para aproveitar tantos atributos, saiba que não existe consenso. “Em princípio, o grão conservaria melhor os nutrientes do que derivados como a farinha”, aponta a nutricionista Cristiane Lorenzano, do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional. O ideal seria assá-lo ou cozinhá- lo — sem exagerar na quantidade de água. Nem é preciso dizer que todas as recomendações só farão efeito se a ingestão de quinua for acompanhada de hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada e a prática de atividade física. O preço ainda é uma questão à parte — um pacote de 500 gramas gira em torno de 30 reais. Quer dizer: mesmo que tenha se tornado mais conhecida nos últimos anos, a quinua ainda só é acessível a uma parcela da população brasileira. Por aqui a área de cultivo continua restrita e as poucas plantações estão espalhadas pelas regiões Sul, Sudeste e Centro- Oeste. E a maior parte dos grãos comercializados é mesmo importada da Bolívia. Aliás, existem centenas de quinuas. A real, a mais famosa entre nós, é apenas uma delas. Há pesquisadores trabalhando para que o Brasil cultive uma quinua melhorada, tão ou mais rica que a andina. “Temos perfeitas condições de produzir, em larga escala, variedades de excelente padrão de qualidade”, sentencia o agrônomo Carlos Spehar. A gente torce para que isso aconteça quanto antes

SAL na medida do coração


Versões ainda pouco conhecidas do tempero, como o rosa e o light, podem ser uma boa alternativa para reduzir o consumo de sódio, que, em excesso — bomba! —, altera até mesmo a forma do seu músculo cardíaco

O sal de cozinha já foi chamado de ouro branco e reinou no mundo dos temperos por séculos, mas não faz mais sentido falar dele como se fosse único. Afinal, cerca de 300 tipos do ingrediente são conhecidos hoje em dia. Oito deles estão nas páginas desta reportagem e, quem sabe, podem ganhar espaço na sua cozinha daqui pra frente. Todos dão um gostinho a mais ao prato, mas as semelhanças param por aí. Nem mesmo a quantidade de sódio, o principal componente desses condimentos, é idêntica entre eles.

E essa é uma ótima notícia para quem adora ter o saleiro por perto mas não quer prejudicar a saúde — pelo menos quando falamos das versões com doses menores de sódio. Isso porque o mineral, em excesso, pode causar estragos que vão muito além da hipertensão, seu malefício mais conhecido. Um estudo quentíssimo da Universidade de São Paulo prova que uma molécula conhecida como angiotensina II, formada constantemente na corrente sanguínea, poderia invadir os tecidos do coração quando o nutriente é consumido além da conta.

“Testes feitos com animais mostram que esse exagero induziria o aumento de volume das células do miocárdio, o músculo do órgão, o que modifica sua estrutura e leva à sua disfunção”, revela a biomédica Daniele Ferreira, autora da pesquisa. A consequência, em longo prazo, seria a falência cardíaca — um alerta!!

O assunto é prioridade entre as autoridades de saúde pública mundo afora. O governo americano acaba de sugerir que a recomendação de consumo diário de sódio passe a ser de no máximo 1 500 mg, ou meia colher de chá — uma redução de quase 40% com relação ao nível de consumo atual naquele país. “A medida exige negociação. O importante é criar uma cultura de promoção da saúde”, esclarece o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que, em junho, promoveu um encontro com a indústria alimentícia para propor a diminuição do sódio nos produtos brasileiros. Aqui, consumimos cerca de 4 800 mg do mineral por dia!


Cuide do intestino e proteja o corpo inteiro



Ele é a porta de entrada para nutrientes essenciais à nossa sobrevivência, mas também para bactérias danosas e toxinas. E, quando os problemas se manifestam ali, podem afetar muitos outros cantos do organismo

O elo entre a sua saúde, no sentido mais global, e o bom funcionamento da víscera de 9 metros acomodada na cavidade do abdômen é mais estreito do que se imaginava. Prova disso é um novíssimo e polêmico estudo publicado no periódico americano Hepatology. O trabalho associa a presença de bactérias maléficas no intestino ao acúmulo de gordura no fígado — doença conhecida como esteatose e que, com o tempo, pode levá-lo à falência.

A notícia, como tudo o que é novidade na medicina, foi recebida com cautela. “Não conheço outros trabalhos que estabeleçam essa relação”, comenta o gastroenterologista Elinton Chaim, da Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista. De fato, o mecanismo por trás dessa ligação não foi elucidado pelos autores, que são da Universidade Católica de Roma, na Itália. Por outro lado, o trabalho não é a única evidência de reflexos do intestino em outras partes do corpo.

As últimas pesquisas sugerem que quando o órgão está mal multiplica-se o risco de alguém ficar obeso e sofrer de enxaqueca. Sem falar na sua influência sobre articulações, ossos e processos infecciosos. Não faltam motivos para você cuidar dele com carinho.

“De todas as regiões do organismo, o tubo digestivo é o que mais sofre influência das emoções”, sentencia o gastroenterologista Carlos de Barros Mott, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Isso explica por que uma crise nervosa é capaz de nos mandar imediatamente ao banheiro. A dúvida é se o caminho inverso, isto é, o intestino liberando substâncias para agir no cérebro, também seria possível. Médicos da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, registraram um aumento de 40% no risco de depressão entre pacientes com síndrome do intestino irritável, doença que atinge até um quinto da população do globo.

Segundo os pesquisadores, haveria uma incidência maior ainda de enxaqueca e dores crônicas nesses indivíduos. “Substâncias produzidas no intestino, como a serotonina e a colecistoquinina, também desempenham funções no cérebro”, diz Wilson Catapani, gastro da Universidade do ABC, na Grande São Paulo. “Isso explicaria associações entre fenômenos cerebrais e intestinais, constituindo o que se chama eixo cérebro-intestinal”, acrescenta. “De qualquer forma, não podemos falar que exista uma relação simplista de causa e efeito.”

A microbiota, nome técnico para as inúmeras bactérias que vivem principalmente no intestino grosso, é um show à parte. “Os microorganismos benéficos são extremamente importantes para evitar infecções por bactérias maléficas”, enfatiza Jacqueline Alvarez-Leite, gastroenterologista e pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais. Além disso, fermentam nutrientes que não foram absorvidos no intestino delgado e os transformam em compostos que, entre outras funções, servem de combustível para as células do cólon.

O desequilíbrio dessa flora — ou seja, quando ela tem menos bactérias do bem e mais das ruins — seria fator de risco para acúmulo de gordura. “No futuro, mudar a composição da microbiota será uma opção para tratar a obesidade”, acredita o pesquisador Husen Zhang, da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. A verdade é que, por trás da nobre missão de absorver nutrientes e eliminar todo o resto, o intestino acumula uma série de outras tarefas essenciais para o funcionamento das nossas engrenagens. Portanto, trate de respeitar o seu.

Médico não é monstro!




Injeção, hospital, exame de sangue… Muita gente treme só de lembrar. Diante de uma agulha, então, surge o medo. Se esse tipo de reação ultrapassa os limites e impede de cuidar direito da saúde, então é uma forma de fobia. E toda fobia merece atenção.

"Sangue!” O tom aterrador da minha mãe e a parede manchada de vermelho são as lembranças mais nítidas da cena que protagonizei aos 3 anos. Eu tinha rolado escada abaixo segurando um copo de vidro. O corte rompeu o tendão do dedo mindinho, exigiu cirurgias e fisioterapia. Mas isso não foi nada perto do impacto psicológico. Mais de 20 anos depois, eu ainda dormia mal na véspera de fazer algum procedimento médico e, na hora agá, o coração saltava pela boca. Não podia ver sangue nem sequer no cinema: fechava os olhos. “Metade da tendência de desenvolver esse tipo de fobia é genética, mas enxergar o temor de pessoas da família na infância ou até mesmo vivenciar um evento traumático quando criança pode servir de estopim”, explica a psiquiatra Carolina Blaya, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. “Em média, 4% dos indivíduos sentem algo muito ruim diante de um ferimento ou até mesmo da necessidade de ir ao médico ou tomar uma injeção.”
Esse medo se manifesta, primeiro, como mal-estar físico, incluindo tonturas e desmaios (veja quadro à direita). “E, depois de uma experiência dessas, o sujeito pode passar a evitar clínicas, laboratórios e até cadeira de dentista. Isso, claro, deixa sua saúde à mercê da própria sorte”, analisa o psicólogo Gustavo D’El Rey, que pesquisa esse tipo de distúrbio em São Paulo. “Não é raro que mulheres com o problema desistam de engravidar só porque temem o parto”, exemplifica.
O psicólogo e especialista em saúde coletiva Romeu Gomes, da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, se dedicou a estudar a origem desse comportamento no sexo masculino. “Os homens evitam buscar os serviços médicos principalmente devido ao medo de um diagnóstico negativo”, observa. E, para agravar, a ala masculina é culturalmente criada para demonstrar coragem. Essa cobrança é um fator impeditivo para que procurem auxílio, já que no consultório podem se tornar mais evidentes suas emoções e fragilidades. “Infelizmente, os profissionais de saúde nem sempre estão preparados para lidar com isso”, nota Gomes.
Tem gente que não suporta nem ao menos se lembrar do cheiro de um hospital. “O lugar é associado à expectativa e à dúvida em relação a um procedimento médico e, quando essa pessoa vai lá, sempre sente estresse e ansiedade”, afirma a enfermeira Cristiana Hussne, chefe do Pronto Atendimento do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Em outras palavras, a incerteza e a angústia se referem à possibilidade de sentir dor ou incômodo durante um tratamento. Já a aflição ao ver sangue estaria ligada a um sentimento de ameaça à integridade física e a pensamentos de morte. O importante é estar ciente e procurar ajuda quando esse tipo de raciocínio é paralisante.
O FANTASMA DO JALECO BRANCO
O médico infla o aparelho para aferir a pressão arterial e o monitor acusa que ela está nas alturas. Sentença de hipertensão? Não necessariamente. É possível que o único mal do paciente seja a chamada síndrome do jaleco branco, condição em que a alteração só aparece na presença de um profissional de saúde. “A expectativa do diagnóstico ou a tensão provocada pela própria figura do especialista induzem a liberação de adrenalina, hormônio do estresse que faz com que a pressão aumente”, esclarece a psiquiatra Vanessa Cítero, da Universidade Federal de São Paulo. Para tirar a prova dos nove sobre o real estado do indivíduo e, assim, medicá-lo adequadamente, o ideal é solicitar um mapeamento de pressão. Trata-se de um exame em que a pessoa exerce suas atividades diárias normais enquanto um equipamento registra sua pressão arterial em intervalos regulares.

Seu sangue pode denunciar doenças



Em meio ao líquido que corre nas veias estão dedos-duros de diversas doenças. Batizadas de marcadores, essas moléculas revolucionam a forma de diagnosticar e monitorar problemas. E, agora, prometem ajudar os médicos a rastrear a artrite reumatoide, tumores e até transtornos mentais

Você já ouviu a máxima de que não existe crime perfeito, certo? Pois é, dá para dizer que ela também é válida para aquelas situações em que um atentado é cometido contra o corpo humano. Uma doença sempre deixa pistas, e a missão do bom médico é encontrá-las quanto antes. No caso, os rastros de uma enfermidade se espalham pela circulação. Só que, em vez de dificultar o trabalho do detetive, o sangue é um meio de fácil acesso para colher as pistas, que, no jargão científico, tornaram-se conhecidas como marcadores.

“São substâncias que indicam a presença ou o maior risco de um mal”, define o médico Fernando Kok, consultor de Erros Inatos do Metabolismo do Laboratório Fleury, em São Paulo. “Entre elas, estão o colesterol, que denuncia as chances de problemas cardiovasculares, e o PSA, que aponta doenças na próstata”, exemplifica Carlos Ballarati, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial.

Agora, na Suécia, pesquisadores da Universidade de Umea desvendaram substâncias que acusariam, ainda em fase muito precoce, a artrite reumatoide, problema que ataca as articulações, causando dores, inchaços e deformidades. Trata-se de moléculas que participam do processo inflamatório instalado com a doença — as citocinas. “Elas têm a função de manter o equilíbrio do sistema de defesa”, explica a imunologista Andréa Carvalho, do Laboratório de Biomarcadores da Fundação Oswaldo Cruz, em Minas Gerais. Um grupo de citocinas, porém, é capaz de exacerbar a inflamação e, se passa a prevalecer, contribui diretamente para a perpetuação da artrite. Os especialistas suecos sugerem que esse descompasso se inicia antes de os sintomas aparecerem. Assim, um teste sanguíneo poderia flagrar as ditas-cujas, antecipando o diagnóstico e o tratamento.

“A questão é que as substâncias inflamatórias nem sempre são muito específicas”, pondera Andréa. Ora, qualquer infecção, por exemplo, pode elevar a quantidade delas na corrente sanguínea. Este, então, é o desafio dos cientistas: buscar marcadores com alta especificidade e sensibilidade. “O ideal é que cada órgão ou doença produzissem o seu. No entanto, as as coisas não funcionam bem assim”, diz Kok. Apesar dos entraves, a corrida por marcadores segue mais intensa do que nunca, especialmente no caso de doenças de difícil diagnóstico, como o Alzheimer. Um estudo da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, encontrou uma espécie de anticorpo que surgiria em resposta ao colapso dos neurônios. Se novos experimentos confirmarem sua conexão com a enfermidade que solapa a memória, um exame poderia ser desenvolvido para caçar a molécula no sangue. É claro que essa solução não ficará pronta da noite para o dia. Chegar ao bom e velho exame de colesterol, por exemplo, exigiu décadas de trabalho. Além disso, nenhuma substância isolada é suficiente para dar uma sentença. “Todo marcador precisa ser contextualizado, ou seja, analisado em conjunto com outros dados clínicos”, lembra Kok.

O problema é que nem todo bandido deixa vestígios muito aparentes na cena do crime. No nosso organismo, acontece algo semelhante: nem sempre é possível surpreender os indícios de uma doença quando ela mal deu as caras. Por isso, com o intuito de denunciar um problema com maior antecedência e calcular seu potencial de agressão, os pesquisadores estão de olho nas digitais genéticas. A ideia é identificar genes que, uma vez fora do padrão, ficam diferentes quando surgem tormentos como um câncer. Não estamos falando daqueles trechos do DNA transmitidos de geração para geração que aumentam o risco da doença. Mas, sim, de unidades do genoma que se alteram quando um tumor está prestes a eclodir — ou acabou de eclodir. Essa tendência despontou na oncologia e, recentemente, pesquisadores europeus anunciaram a descoberta de marcadores genéticos para o câncer de cólon.

“Vários genes ficam alterados na célula tumoral”, diz a patologista Isabela Werneck da Cunha, do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. E as células do tumor, carregando pedaços do seu DNA, também podem cair no sangue, fornecendo evidências de que algo está errado. “Esses testes para rastrear o câncer são sensíveis, só que ainda precisam passar pelo crivo de novos estudos”, opina Isabela.

Marcadores genéticos também são uma das promessas para monitorar distúrbios mentais. Um grupo da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, desvendou genes que se encontram alterados em portadores de transtornos de humor, como a bipolaridade. “Eles nos ajudarão a mensurar a gravidade do quadro e acompanhar a resposta ao tratamento”, explica o líder das pesquisas, Alexander Niculescu. Enquanto aguardamos a nova safra de dedos-duros, vale torcer para que a ciência continue aproveitando o sangue como fonte inesgotável de informações

D, a vitamina da longevidade



Veja como o sol, principal fonte de vitamina D, pode ajudá-lo a combater o câncer, o diabete e os problemas cardíacos

A gente não cansa de ouvir e ler que a receita para uma vida longa e cheia de saúde deve incluir uma alimentação equilibrada, a prática regular de atividade física, sono em dia e cuca fresca. Hoje, porém, muito cientista sério acrescentaria a essa lista banhos de sol diários. Nem muito extensos nem muito curtos: bastam 15 minutos para que os raios solares ativem no organismo a produção de uma substância capaz de fortalecer os ossos, deixar as defesas em ponto de bala, preservar a massa cinzenta e garantir que o coração bata forte por anos a fio.

Trata-se da vitamina D, uma substância que, com tantas qualidades elencadas nos tempos muito recentes, tem despertado o interesse de pesquisadores de várias áreas - de nutricionistas a bioquímicos. Só para ter uma idéia, o PubMed, biblioteca virtual da medicina, que pertence ao governo americano e armazena artigos científicos de todo o globo, registrou no ano passado mais de mil estudos sobre funções recém-descobertas dessa molécula. E ela é muito mais importante do que se desconfiava.

Um desses trabalhos, que acaba de sair na revista científica Archives of Internal Medicine, revela que níveis adequados de vitamina D esticam mesmo a expectativa de vida. A pesquisa avaliou mais de 13 mil homens e mulheres. Quem estava com taxas insuficientes da substância apresentou um risco de morte das mais variadas causas 26% maior em relação aos indivíduos com altos índices da molécula. “A vitamina D está envolvida em vários processos no organismo, participando inclusive da homeostase, o equilíbrio interno de todas as funções do corpo”, justifica a nutricionista Lígia Martini, da Universidade de São Paulo.

Já uma pesquisa da Universidade da Califórnia em Riverside, nos Estados Unidos, analisou o papel do nutriente em diversos tecidos do corpo, literalmente da cabeça aos pés. Seu autor, o bioquímico Anthony Norman, quis mostrar que os benefícios da vitamina D, que no nosso imaginário ainda é mais associada ao fortalecimento dos ossos, vão muito além desse papel. Não à toa, o professor defende que a recomendação diária vá das atuais 400 UI (unidades internacionais) para 2 mil. “Os valores indicados hoje se baseiam apenas no aporte de cálcio, que a vitamina ajuda a fixar no esqueleto. Mas agora sabemos que a vitamina D atua no sistema imune, no coração, no cérebro e na secreção de insulina pelo pâncreas”, exemplifica Norman a SAÚDE!. Ou seja, para dar conta de tantas tarefas, a dose precisaria ser mesmo maior. Sua argumentação faz sentido. “Atualmente, essa vitamina é considerada um potente modulador das células de defesa”, diz a nutricionista Marianna Unger, doutoranda em nefrologia pela USP. Em outras palavras, estimula a atividade das células imunológicas quando elas precisam entrar em ação. Sem a pitada diária de sol, portanto, ficamos ligeiramente indefesos.

Sete dores que não devem ser menosprezadas



7 dores que são a ponta do iceberg
Elas avisam: algo está errado. Mas preferimos pensar que vão passar depressa a procurar um médico. É aí que muitas vezes damos de cara com o perigo. Saiba como escapar de um engano

Levante a mão quem nunca se automedicou por causa de uma dor. É corriqueiro achar que ela é um mal passageiro, entupir-se de analgésico e esperar até ela se tornar insuportável para ir ao médico. Estudos indicam que 64% dos brasileiros tentam se livrar da sensação dolorosa sem procurar ajuda. Foi assim com a auxiliar de dentista Antônia Sueli Ferreira, 45 anos, de São Paulo. “Tomei muito remédio durante três meses por causa de cólicas fortíssimas e do que parecia ser uma lombalgia. Só depois fui ao médico. E então descobri que tinha um câncer colorretal. Tive de ser submetida às pressas a uma cirurgia. Por sorte, estou bem”, conta. Segundo o cirurgião Heinz Konrad, do Centro para Tratamento da Dor Crônica, em São Paulo, “a dor é um mecanismo de proteção que avisa quando algo nocivo está acontecendo”. A origem do malestar? Eis a questão — e, para ela, precisamos ter sempre uma resposta. “Na dúvida, toda dor precisa ser checada, ainda mais aquela que você nunca sentiu igual”, aconselha o cardiologista Paulo Bezerra, doHospital Santa Cruz, em Curitiba. Aqui, selecionamos sete dores que você nunca deve ignorar.

Dor de cabeça 
Dos 10 aos 50 anos, ela geralmente é causada por alterações na visão ou nos hormônios — esta, mais comum entre as mulheres. E esses são justamente os casos em que a automedicação aumenta o tormento. “Isso porque, quando mal usado, o analgésico transforma uma dorzinha esporádica em diária”, avisa o neurocirurgião José Oswaldo de Oliveira Júnior, chefe da Central da Dor do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. Acima dos 50 anos, as dores de cabeça merecem ainda mais atenção: é que podem estar relacionadas à hipertensão.

Dor de garganta 
Costuma ser causada pela amigdalite de origem bacteriana ou viral. “Se não for tratada, a amigdalite bacteriana pode exigir até cirurgia”, alerta o otorrinolaringologista Marcelo Alfredo, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André, na Grande São Paulo. A do tipo viral baixa a imunidade e, em 10% dos casos, vira bacteriana. Portanto, pare de banalizar essa dor. Se ela parece nunca ir embora, abra os olhos: certos tumores no pescoço também incomodam e podem ser confundidos, pelos leigos, como simples infecções.

Dor no peito 
“Quando o coração padece, a dor é capaz de se espalhar na direção do estômago, do maxilar inferior, das costas e dos braços”, descreve o cardiologista Paulo Bezerra. Em geral, isso acontece quando o músculo cardíaco recebe menos sangue devido a um entupimento das artérias. “A sensação no peito é como a de um dedo apertado por um elástico. E piora com o estresse e o esforço físico”, explica Bezerra. Não dá para marcar bobeira em casos assim: o rápido diagnóstico pode salvar a vida.
Dor nas pernas 
Muita gente não hesita em culpar as varizes — às vezes injustamente. “A causa pode ser outra”, avisa a fisiatra Lin Tchia Yeng, do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Uma artrose, por exemplo, provoca fortes dores nos pés e nos joelhos. Se não for tratada, piora até um ponto quase sem retorno. “Em outros indivíduos a dor vem das pisadas”, explica Lin. “É quando há um erro na posição dos pés ou se usam calçados inadequados.” Sem contar doenças como hipotireoidismo e diabete, que afetam a circulação nos membros. “Há medicamentos específicos para resolver a dor nesses casos”, diz a reumatologista Solange Mandeli da Cunha, do Centro de Funcionalidade da Dor, em São Paulo.

Dor abdominal 
Uma dica: o importante é saber onde começa. Uma inflamação da vesícula biliar começa no lado direito da barriga, mas tende a se irradiar para as costas e os ombros. Contar esse trajeto ao médico faz diferença. “Se a pessoa não for socorrida, podem surgir perfurações nessa bolsa que guarda a bile fabricada no fígado”, diz o cirurgião Heinz Konrad. Nas mulheres, cólicas constantes — insuportáveis no período menstrual — levantam a suspeita de uma endometriose, quando o revestimento interno do útero cresce e invade outros órgãos. “Uma em cada dez mulheres que vivem sentindo dor no abdômen tem essa doença”, calcula a anestesiologista Fabíola Peixoto Minson, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Dor nas costas 
A má postura e o esforço físico podem machucar a coluna lombar. “É uma dor diária, causada pelo desgaste físico e pelo sedentarismo”, diz o geriatra Alexandre Leopold Busse, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Conviver com o tormento? Essa é a pior saída. A dor nas costas, além de minar a qualidade de vida, pode escamotear o câncer no pâncreas também. “No caso desse tumor, surge uma dor lenta e progressiva”, ensina a fisiatra Lin Tchia Yeng. Por precaução, aprenda que a dor nas costas que não some em dois dias sempre é motivo de visitar o médico.

Dor no corpo 
Se ele vive moído, atenção às suas emoções. A depressão, por exemplo, não raro desencadeia um mal-estar que vai da cabeça aos pés. “O que dá as caras no físico é o resultado da dor psicológica”, diz Alaide Degani de Cantone, coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Saúde, em São Paulo. “Quem tem dores constantes aparentemente sem causa e que vive triste, pessimista, sem ver prazer nas coisas nem conseguir se concentrar direito pode apostar em problemas de ordem emocional”, opina o psiquiatra Miguel Roberto Jorge, da Universidade Federal de São Paulo. E, claro, essas dores que no fundo são da alma também precisam de alívio

HPV, perigo além do útero




O vírus que ficou famoso por deflagrar tumores de colo uterino agora é acusado de provocar a doença na garganta e em outras áreas do corpo.

No tribunal dos colaboradores do câncer, o papilomavírus humano, mais conhecido pela sigla HPV, já não responde apenas por danos a um único órgão ou por uma ameaça exclusiva ao sexo feminino. O micro-organismo sexualmente transmissível continua responsável pela esmagadora maioria dos tumores de colo de útero, um dos campeões em incidência entre as mulheres.

Mas — atenção, homens, essa notícia também lhes interessa — a ciência alerta: o mau elemento abre o caminho ao problema em outras redondezas do corpo. Onde? Uma revisão recém-publicada pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, esmiuçou, por exemplo, a íntima associação entre o HPV e um boom de tumores de boca e garganta . “Há um aumento na ocorrência de câncer de garganta em pessoas mais jovens do que o habitual e, em um número significativo deles, se observa a presença do vírus”, constata o cirurgião oncológico Fernando Luiz Dias, chefe do Setor de Cabeça e Pescoço do Instituto Nacional de Câncer. “Dados americanos indicam que até 50 ou 60% dos episódios da doença estejam relacionados ao HPV”, conta seu colega de especialidade André Lopes Carvalho, diretor científico do Hospital de Câncer de Barretos, no interior paulista.

Se levarmos em consideração os genitais, também deparamos com o malfeitor. “Em metade dos casos de câncer de pênis há a participação do HPV”, calcula o cirurgião oncológico Ademar Lopes, do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. Nas mulheres, ele é capaz de semear o mal na vagina e na vulva. E, independentemente do gênero, nem o ânus é poupado.

É preciso lembrar que nem todos os HPVs estão mancomunados com o câncer — hoje se sabe que os tipos 16 e 18 são os principais envolvidos. “E o contato com o vírus, mesmo que seja um de alto risco, não significa que haverá um tumor”, tranquiliza a bióloga Paula Rahal, da Universidade Estadual Paulista, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Predisposição genética para o câncer, baixa imunidade e tabagismo pesam na conta que resulta no problema. “Até 80% das mulheres infectadas eliminam o HPV espontaneamente em dois anos sem ter sintomas”, conta a ginecologista Cristina Helena Rama, do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros, na capital paulista.

Mas, claro, não dá para confiar na sorte, sob pena de cair no grupo das que irão colher retaliações mais graves. “Daí a necessidade de se submeter a exames de rotina, como o papanicolau, que identificam alterações no útero”, orienta Cristina. “Do momento da infecção ao surgimento do câncer podem transcorrer até 20 anos”, avisa Paula. Estendendo a mensagem aos outros alvos do HPV, qualquer sinal de algo errado na boca, na garganta ou no pênis merece policiamento médico. Aliás, um estudo também associou esse vírus ao câncer de mama. Mas os especialistas ouvidos por SAÚDE! acreditam que é cedo para fazer essa última acusação.

De qualquer modo, antes de procurar o intruso, você deve saber o que está ao seu alcance para se esquivar dele. Parte da resposta resvala nos princípios do sexo seguro. “Apesar de não ser 100% eficaz no caso do HPV, a camisinha ajuda a evitar a infecção”, diz Cristina. O problema é que o preservativo é deixado para a hora da penetração. E mais: o próprio saco escrotal, por exemplo, pode portar o vírus. Por mais careta que soe, quanto menos parceiros alguém tiver, menor o risco do contágio. Também é crucial cortar outros fatores pró-câncer. “Para os tumores de garganta, há um efeito combinado entre o cigarro, o álcool e a presença do vírus”, afirma Carvalho.

A fórmula mais segura e eficiente seria a imunização, por enquanto destinada às mulheres entre 9 e 26 anos. Especialistas já avaliam a aplicação em outras faixas etárias e a liberação para os homens — nos Estados Unidos, um dos imunizantes foi aprovado para a ala masculina visando à prevenção das verrugas genitais. “Dos tumores associados ao vírus, cerca de 70% dos de colo de útero, 80% dos de amígdala e 40% dos de pênis estão relacionados aos HPVs 16 e 18, os contemplados pelas vacinas disponíveis”, diz a bióloga Luisa Lina Villa, do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, em São Paulo. A despeito dos estudos em andamento e da discussão custo/benefício, o maior pesadelo do HPV será sua condenação a um futuro com vacina para todo mundo.