sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Dicas para sair satisfeita da consulta médica
Para sair satisfeita de uma consulta médica, o ideal é saber o que perguntar e de que maneira. Confira então 7 regras básicas que vão ajudá-la a sair do consultório satisfeita e sem nenhuma dúvida sobre sua saúde.
1. Não queira bancar a médica
Você pode até consultar seus sintomas na internet, mas não chegue à consulta com um "diagnóstico". Conte ao médico o que está sentindo e espere que ele a oriente. Quem costuma se autodiagnosticar acaba omitindo sintomas importantes na consulta.
2. Prepare-se para a consulta
Procure anotar o máximo de dados sobre o problema que você tem, quando notou os primeiros sintomas e se eles estão ligados a fatores externos. Seja honesta na conversa e não se esqueça de listar todos os remédios que você toma regularmente.
3. Leve seus exames mais recentes
Não precisa levar seu histórico médico completo, apenas os exames relacionados ao problema atual e que tenham, no máximo, um ano. Se o médico pedir resultados mais antigos, leve-os na próxima consulta.
4. Segure a ansiedade
Pode abrir seus exames antes do médico, mas não se desespere se vir algo estranho. "Os resultados podem ter importâncias diferentes dependendo do quadro clínico", alerta o cardiologista Hélio Castello, diretor da clínica Angiocardio.
5. Não saia com dúvidas
Você tem que entender exatamente o que se passa em seu corpo, então, tire todas as dúvidas. O médico deve falar com calma e clareza e não tenha medo de perguntar. Se sentir que o especialista não quer muita conversa, procure outro.
6. Seja uma boa acompanhante
Se a consulta não for com você, deixe que o doente descreva os próprios sintomas (a menos que ele seja criança). Não fique interrompendo: após ouvir o relato, acrescente só os detalhes relevantes que ele possa ter esquecido.
7. Não peça receita por telefone
Um bom médico só vai receitar medicamentos após examinar você. Muitas vezes, por se estabelecer uma relação amistosa com o médico, tomamos a liberdade de pedir receitas para nossos parentes, mas isso é proibido por lei.
sábado, 3 de setembro de 2011
Doenças do Inverno: Bronquiolite
O que é?
A bronquiolite é uma doença que se caracteriza por uma inflamação nos bronquíolos e que, geralmente, é causada por uma infecção viral (infecção originada por um vírus.
O ar entra pelo nariz, vai para a faringe, chega até a laringe e, já no pescoço, desce pela traquéia.
Dentro do tórax, a traquéia divide-se em dois tubos chamados brônquios. Cada brônquio, no trajeto dentro do pulmão, vai se ramificando e tornando-se cada vez mais estreito. A estas ramificações, que espalham o ar nos pulmões chamamos de bronquíolos.
Na bronquiolite, após ocorrer o dano nos bronquíolos, um processo de cicatrização começa a ocorrer.
Ao se reparar o dano pode-se ter um percurso muito variável. Pode levar à diminuição dos bronquíolos. Os alvéolos, que estão perto dos bronquíolos, são quase sempre afetados. Eles são responsáveis pela troca dos gases - entra o oxigênio e sai o dióxido de carbono.
Existem várias causas para a bronquiolite, como por exemplo:
-Danos pela inalação de poeiras,
-Fogo,
-Gases Tóxicos,
-Cocaína,
-Tabagismo,
-Reações induzidas por medicações,
-Infecções respiratórias.
A bronquiolite, após infecções respiratórias é a situação mais frequente e verifica-se mais nas crianças pequenas. Normalmente, afecta crianças até dois anos de idade, sendo que a maioria dos casos ocorre entre 3 e 6 meses.
O vírus sincicial respiratório (VSR) é o principal microorganismo nesta doença. Este pode causar infecções pulmonares também em adultos saudáveis. Estas infecções costumam ser leves, mas, em crianças ou pessoas com fraqueza do sistema de defesa do organismo, podem ser graves. Contudo, a taxa de mortalidade desta doença diminuiu significativamente na última década.
Como se desenvolve?
O vírus sincicial respiratório (VSR) pode causar infecção no nariz, garganta, traquéia, bronquíolos e pulmões.
A infecção pelo VSR, tipicamente, causa sintomas leves como os da gripe em adultos e crianças maiores. Já nas crianças com menos de um ano, o VSR pode causar pneumonia ou uma infecção frequente na infância: a bronquiolite.
O vírus sincicial respiratório é muito contagioso por meio do contato das secreções contaminadas do doente com os olhos, nariz ou boca da pessoa sã. O doente, ao levar a sua mão à boca, nariz ou olhos, acaba contaminando as suas mãos e, ao tocar em outras pessoas, a doença espalha-se.
A pessoa sã também pode infectar-se ao respirar num ambiente onde um doente, ao tossir, falar ou espirrar, deixou gotículas contaminadas com o vírus dispersos no ar.
A bronquiolite é uma doença sazonal – é mais frequente nos meses de outono e inverno.
Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença, podemos encontrar os seguintes:
-Ter menos que 6 meses de idade;
-Exposição ao fumo do cigarro;
-Viver em ambientes com muitas pessoas;
-Prematuridade – nascimento antes de completar 37 semanas de gestação;
-Criança que não amamentou.
Sintomas:
Os sintomas mais comuns da doença são:
-Tosse intensa;
-Febre baixa;
-Dificuldade para respirar - incluindo chiado no peito, Movimentos respiratórios rápidos ou, até mesmo, apnéia;
-Vómitos (nas crianças pequenas);
-Irritabilidade;
-Diminuição do apetite;
-Cianose - é a coloração azulada da pele que costuma aparecer em torno da boca e na ponta dos dedos, quando a dificuldade respiratória é grave;
-Dor de ouvido (nas crianças)
-Olhos avermelhados por uma inflamação conhecida como conjuntivite;
-Batimento de asas do nariz – movimento das narinas, que ocorre em situações de dificuldade respiratória nas crianças pequenas.
Como se trata?
Adultos e jovens com infecção pelo VSR geralmente não precisam de tratamento, basta tomarem medicação para alívio dos sintomas.
Contudo, nenhuma medicação tem se mostrado realmente eficaz para mudar a evolução de uma bronquiolite por VSR.
Crianças pequenas podem necessitar de internamento no hospital para tratamento e acompanhamento da doença. O tratamento é de suporte, utilizando oxigénio. Há a possibilidade de se usar a adrenalina por inalação com bons resultados. Broncodilatadores (que podem facilitar a entrada e a saída do ar dos pulmões) e corticóides (potentes anti-inflamatórios) podem ser usados na tentativa de melhorar a situação.
Casos graves em crianças pequenas podem evoluir para insuficiência respiratória e requerer ventilação mecânica, onde um aparelho ajuda a manter a respiração da criança. Estas crianças poderão receber também um medicamento que combate o vírus: a ribavarina.
Normalmente, os sintomas da doença desaparecem dentro de uma semana e a dificuldade na respiração melhora em torno do terceiro dia.
Contudo, um grande número de crianças, depois de uma provável crise de bronquiolite por VSR, continuam com chiado no peito intermitente assim como ocorre na asma. Esta é chamada de sibilância recorrente pós-bronquiolite. É uma situação problemática que necessita da ajuda do seu médico.
Como se previne?
Evitar contato com as pessoas doentes poderá prevenir alguns casos, já que sabemos que a infecção por este vírus, algumas vezes, ocorre de forma epidêmica em comunidades.
A lavagem frequente das mãos também ajuda a prevenir novos casos da doença.
As crianças que frequentam creches enfrentam um risco maior devido ao contato com outras crianças infectadas.
A maioria dos casos de infecção pelo VSR não tem como ser prevenida. Até o momento, não existem vacinas disponíveis. Contudo, existem medicações – como a imunoglobulina anti-VSR - que podem ser utilizadas naquelas crianças com grande risco de desenvolver tal doença.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Doenças do Inverno: Asma
O QUE É?
A asma brônquica é uma doença pulmonar freqüente e que está aumentando em todo o mundo.
Esta doença se caracteriza pela inflamação crônica das vias aéreas, o que determina o seu estreitamento, causando dificuldade respiratória.
Este estreitamento é reversível e pode ocorrer em decorrência da exposição a diferentes fatores desencadeantes ("gatilhos"). Esta obstrução à passagem de ar pode ser revertida espontaneamente ou com uso de medicações.
As vias aéreas são tubos que dão passagem ao ar. Elas iniciam no nariz, continuam como nasofaringe e laringe (cordas vocais) e, no pescoço, tornam-se um tubo largo e único chamado traquéia.
Já no tórax, a traquéia divide-se em dois tubos (brônquios), direito e esquerdo, levando o ar para os respectivos pulmões.
Dentro dos pulmões, os brônquios vão se ramificando e tornam-se cada vez menores, espalhando o ar.
COMO SE DESENVOLVE?
As pessoas asmáticas reagem demais e facilmente ao contato com qualquer "gatilho" (estímulo).
Dentre estes, os mais comuns são:
-alterações climáticas,
-o contato com a poeira doméstica,
-mofo,
-pólen,
-cheiros fortes,
-pêlos de animais,
-gripes ou resfriados,
-fumaça,
-ingestão de alguns alimentos ou
-medicamentos.
A mucosa brônquica, que é o revestimento interno das vias aéreas, está constantemente inflamada por causa da hiper-reatividade brônquica (sensibilidade aumentada dos brônquios).
Nas crises de asma, esta hiper-reatividade brônquica aumenta ainda mais e determina o estreitamento das vias aéreas. Este fenômeno leva à tosse, chiado no peito e falta de ar.
Os mecanismos que causam a asma são complexos e variam entre a população. Nem toda a pessoa com alergia tem asma e nem todos os casos de asma podem ser explicados pela resposta alérgica do organismo a determinados estímulos.
De qualquer forma, cerca de um terço de todos os asmáticos possui um familiar (pais, avós, irmãos ou filhos) com asma ou com outra doença alérgica.
Alguns asmáticos têm como "gatilho" o exercício. Ao se exercitarem, entram numa crise asmática com tosse, chiado no peito (sibilância) ou encurtamento da respiração.
Alguns vírus e bactérias causadoras de infecções respiratórias também podem estar implicadas em alguns casos de asma que se iniciam na vida adulta.
A asma brônquica pode iniciar em qualquer etapa da vida.
Na maioria das vezes, inicia na infância e poderá ou não durar por toda a vida.
O QUE SE SENTE?
Caracteristicamente, nesta doença os sintomas aparecem de forma cíclica, com períodos de piora. Dentre os sinais e sintomas principais, estão:
tosse - que pode ou não estar acompanhada de alguma expectoração (catarro). Na maioria das vezes, não tem expectoração ou, se tem, é tipo "clara de ovo";
-falta de ar
-chiado no peito (sibilância)
-dor ou "aperto" no peito
Os sintomas podem aparecer a qualquer momento do dia, mas tendem a predominar pela manhã ou à noite.
A asma é a principal causa de tosse crônica em crianças e está entre as principais causas de tosse crônica em adultos.
COMO O MÉDICO FAZ O DIAGNÓSTICO?
O diagnóstico é feito baseado nos sinais e sintomas que surgem de maneira repetida e que são referidos pelo paciente.
No exame físico, o médico poderá constatar a sibilância nos pulmões, principalmente nas exacerbações da doença. Contudo, nem toda sibilância é devido à asma, podendo também ser causada por outras doenças. Todavia, nos indivíduos que estão fora de crise, o exame físico poderá ser completamente normal.
Existem exames complementares que podem auxiliar o médico. Dentre eles, estão:
-a radiografia do tórax,
-exames de sangue e de pele (para constatar se o paciente é alérgico) e a
-espirometria - identifica e quantifica a obstrução ao fluxo de ar.
O asmático também poderá ter em casa um aparelho que mede o pico de fluxo de ar, importante para monitorar o curso da doença. Nas exacerbações da asma, o pico de fluxo se reduz.
COMO SE TRATA?
Para se tratar a asma, a pessoa deve ter certos cuidado com o ambiente, principalmente na sua casa e no trabalho. Junto, deverá usar medicações e manter consultas médicas regulares.
Duas classes de medicamentos têm sido utilizadas para tratar a asma:
Broncodilatadores
Todo asmático deverá utilizar um broncodilatador. É um medicamento, como o próprio nome diz, que dilata os brônquios (vias aéreas) quando o asmático está com falta de ar, chiado no peito ou crise de tosse. Existem broncodilatadores chamados beta2-agonistas - uns apresentam efeito curto e outros efeito prolongado (que dura até 12h). Os de efeito curto costumam ser utilizados conforme a necessidade. Se a pessoa está bem, sem sintomas, não precisará utilizá-los. Já aqueles de efeito prolongado costumam ser utilizados continuamente, a cada 12 horas, e são indicados para casos específicos de asma. Além dos beta2-agonistas, outros broncodilatadores, como teofilinas e anticolinérgicos, podem ser usados.
Antiinflamatórios
Os corticóides inalatórios são, atualmente, a melhor conduta para combater a inflamação, sendo utilizados em quase todos os asmáticos. Só não são usados pelos pacientes com asma leve intermitente (que têm sintomas esporádicos). Tais medicamentos são utilizados com o intuito de prevenir as exacerbações da doença ou, pelo menos, minimizá-las e aumentar o tempo livre da doença entre uma crise e outra. Os antiinflamatórios devem ser utilizados de maneira contínua (todos os dias), já que combatem a inflamação crônica da mucosa brônquica, que é o substrato para os acontecimentos subseqüentes.
Existem outras possibilidades de tratamento, como o cromoglicato de sódio (bastante utilizado em crianças pequenas), o nedocromil, o cetotifeno e os anti-leucotrienos. Este último é relativamente novo e pode ser usado em casos específicos de asma ou associado aos corticóides.
Tanto os broncodilatadores quanto os antiinflamatórios podem ser usados de várias formas:
por nebulização,
nebulímetro ("spray" ou "bombinha"),
inaladores de pó seco (através de turbohaler, rotahaler, diskhaler ou cápsulas para inalação) – são diferentes (e práticos) dispositivos para inalação,
comprimido,
xarope
Os médicos dão preferência ao uso das medicações por nebulização, nebulímetro ou inaladores de pó seco por serem mais eficazes e causarem menos efeitos indesejáveis.
COMO SE PREVINE?
Como prevenção de crises de asma, o asmático poderá usar os corticosteróides, os beta2-agonistas de longa duração e os antileucotrienos, além de ter um bom controle ambiental, evitando exposição aos "gatilhos" da crise asmática.
Não há como prevenir a existência da doença, mas sim as suas exacerbações e seus sintomas diários.
PERGUNTAS QUE VOCÊ PODE FAZER AO SEU MÉDICO
Qual a probabilidade de uma criança pequena continuar asmática na vida adulta?
Depois de iniciarmos medicações preventivas, estas nunca mais poderão ser interrompidas?
Quando devemos ir para um pronto-atendimento ou hospital numa crise?
O tratamento da asma deve mudar durante a gestação?
Quando não dispomos de broncodilatador de curta duração numa crise asmática, podemos usar o de longa duração?
A asma costuma piorar no período menstrual ou pré-menstrual?
O que fazer quando a falta de ar é tanta que não conseguimos usar a “bombinha”(spray)?
domingo, 24 de julho de 2011
Doenças do Inverno: Otite
O QUE É?
A otite média aguda é uma infecção no ouvido médio causada por um germe (bactéria). É muito comum nas crianças. O ouvido é dividido em 3 partes: externo, médio e interno. O ouvido médio é uma cavidade com ar localizada entre o tímpano e o ouvido interno. A tuba auditiva (trompa de Eustáquio), um canal de comunicação entre ouvido médio e nariz, tem a função de ventilação e limpeza.
COMO SE ADQUIRE?
A infecção no ouvido médio se faz através da tuba auditiva quando está com sua função prejudicada por inflamações ou obstruções, como acontece, por exemplo, nas alergias do nariz ou nas infecções da faringe (garganta). O germe (bactéria) presente na garganta migra pela tuba auditiva até o ouvido médio onde se multiplica nas secreções aí acumuladas, resultando uma otite média aguda. Também o vírus pode causar otite média. O risco de ocorrer uma infecção é maior se a tuba auditiva é pequena ou se não funciona de maneira eficiente, como acontece nas crianças pequenas. Também a criança que mama no peito ou toma mamadeira na posição deitada é mais propensa às otites porque a posição facilita a entrada de alimentos, sucos digestivos e germes na tuba auditiva.
A infecção do ouvido médio ocorre, na maioria das vezes, após gripe. É freqüente, também, através do contato com outras crianças. Surge também muitas vezes, durante as doenças infecciosas da infância, tais como sarampo.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS?
Os principais sintomas são dor e diminuição da audição. A dor costuma ser severa. Outros sintomas podem estar presentes: febre, inquietude, perda de apetite e secreção no ouvido se houver ruptura timpânica (perfuração do ouvido); vômitos e diarréia podem ocorrer nas crianças pequenas.
COMO O MÉDICO FAZ O DIAGNÓSTICO?
O diagnóstico é feito através da história e do exame otológico com otoscópio (aparelho específico para visualizar o ouvido) e/ou microscópio. Na otoscopia ou microscopia o médico verifica a coloração e situação da membrana timpânica, que costuma estar vermelha e abaulada na otite média aguda.
COMO SE TRATA?
O tratamento é feito com o uso adequado de antibióticos e analgésicos. Terminado o tratamento o médico verifica se o líquido da infecção que se acumulou atrás do tímpano está sendo reabsorvido e se a audição está voltando ao normal. A presença de líquido no ouvido médio interfere no mecanismo de condução do som, causando surdez. Caso o líquido e perda auditiva persistam por mais de três meses, pode ser necessário um tratamento cirúrgico que consiste em uma pequena abertura no tímpano e retirada do líquido acumulado no ouvido médio.
COMO SE PREVINE?
Algumas medidas podem ser tomadas para diminuir a incidência de otites nas crianças:
- A alimentação deve ser feita, preferencialmente, com leite materno por causa da proteção que este confere contra a otite;
- As mães não devem amamentar com a criança deitada e sim inclinada;
- Vacinar a criança contra a gripe anualmente a partir dos seis meses de idade;
- Não fumar em casa, pois a fumaça do cigarro aumenta o risco de infecção no ouvido, pelo prejuízo que causa à função da tuba auditiva e pelas alterações provocadas na mucosa de proteção do nariz e garganta.
PERGUNTAS QUE VOCÊ PODE FAZER AO SEU MÉDICO
Por que estou com dor de ouvido?
Por que estou ouvindo menos?
Apesar de estar pingando gotas no ouvido, a dor não melhorou. Por quê?
A otite pode causar dano definitivo à audição?
O que devo fazer para evitar as otites de repetição no meu filho?
AUTOR
Dr. Arnaldo Linden
sábado, 16 de julho de 2011
Doenças do Inverno: Bronquite
A bronquite é uma inflamação dos brônquios causada, geralmente, por uma infecção.
A doença é, geralmente, ligeira e costuma curar-se totalmente. No entanto, a bronquite pode ser grave em pessoas com doenças crónicas que sofrem de afecções cardíacas ou pulmonares e também em pessoas de idade avançada.
Causas
A bronquite infecciosa manifesta-se com maior frequência durante o Inverno. Pode ser causada por vírus, bactérias e, especialmente, por gérmenes semelhantes às bactérias, como Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia. Podem sofrer de ataques repetidos os fumadores e as pessoas que sofrem de doenças crónicas pulmonares ou das vias aéreas inferiores, que dificultam a eliminação de partículas aspiradas nos brônquios. As infecções recorrentes podem ser consequência de uma sinusite crónica, de bronquiectasias, de alergias e, nas crianças, de amígdalas e de adenóides inflamados.
A bronquite irritativa pode ser causada por várias espécies de poeiras, vapores de ácidos fortes, amoníaco, alguns solventes orgânicos, cloro, sulfureto de hidrogénio, dióxido de enxofre e brometo, substâncias irritantes da poluição, como o ozone e o peróxido de azoto, o tabaco e outros fumos.
Sintomas e diagnóstico
Muitas vezes, a bronquite infecciosa começa com os sintomas de um resfriado comum: nariz que pinga, cansaço, calafrios, dores nas costas e nos músculos, febre ligeira e inflamação da garganta. O sintoma da tosse assinala, geralmente, o começo da bronquite.
No início, a tosse é seca e pode continuar assim, mas, com frequência, ao fim de um ou dois dias a pessoa expectora pequenas quantidades de expectoração branca ou amarelada. Mais tarde, pode expulsar muito mais expectoração, que pode ser de cor amarela ou verde. Em pessoas com bronquite grave pode aparecer febre elevada durante 4 ou 5 dias, ao fim dos quais os sintomas melhoram. No entanto, a tosse pode persistir durante várias semanas. Quando as vias aéreas inferiores estão obstruídas, a pessoa pode sentir falta de ar. Também são frequentes os sibilos, especialmente depois de tossir. Pode desenvolver-se uma pneumonia.
Habitualmente, o diagnóstico de bronquite baseia-se nos sintomas, especialmente no aspecto da expectoração. Se os sintomas persistirem, é necessário efectuar uma radiografia do tórax para se ter a certeza de que a pessoa não evoluiu para uma pneumonia.
Tratamento
Os adultos podem tomar aspirina ou paracetamol para baixar a febre e aliviar o mal-estar, mas as crianças devem tomar somente paracetamol. Recomenda-se o repouso e a ingestão abundante de líquidos.
Os antibióticos administram-se a doentes com sintomas de bronquite produzidos por uma infecção bacteriana (no caso de uma expectoração com expectoração de cor amarela ou verde e febre alta) e a doentes que já sofrem de uma doença pulmonar. Os adultos podem tomar trimetoprim/sulfametoxazol, tetraciclina ou ampicilina.
Administra-se, com frequência, eritromicina quando se considera a possibilidade de uma pneumonia por Mycoplasma.
Nas crianças, a amoxicilina é o fármaco preferido habitualmente. Os antibióticos não são úteis em infecções víricas. Uma cultura da expectoração pode indicar a necessidade de outro tipo de antibiótico quando os sintomas forem persistentes ou recorrentes ou quando a bronquite for muito grave.
Fonte: www.manualmerck.net
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Doenças do Inverno: Pneumonia
O que é?
Trata-se de uma inflamação ou infecção que ataca os pulmões, sobretudo quando o sistema de defesa foi debilitado por outro problema, como gripe, tuberculose, alcoolismo, fumo, diabete e males do coração. Pode ser causada por diversos microorganismos, como fungos, vírus, parasitas e bactérias. Uma vez nos pulmões, esses micróbios se instalam nos alvéolos — estruturas onde ocorrem as trocas gasosas —, prejudicando a respiração. A mais comum é aquela desencadeada por bactérias pneumocócicas, as mesmas que podem provocar otite ou sinusite.
Sintomas
O começo da pneumonia é bem parecido com uma gripe comum. Os principais sintomas são febre, mal-estar e tosse. Pode haver respiração curta e ofegante, além de dores no tórax.
Prevenção
A vacinação é a única maneira de prevenir a doença. Tanto o imunizante que protege contra o vírus influenza, causador da gripe, como as vacinas antipneumocócicas evitam que o corpo abra uma brecha à pneumonia.
Tratamento
Na maioria dos casos, recorre-se ao auxílio de antibióticos - por via oral ou intravenosa. Até porque pneumonias virais acabam abrindo alas para bactérias proliferarem nos pulmões. Alguns médicos também recomendam exercícios respiratórios que ajudam a drenar a secreção.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Doenças do Inverno: Rinite
Vírus,fungos,bactérias ou uma simples molécula de poeira encarada pelo corpo como intrusa entram pelo nariz e grudam na mucosa que reveste a cavidade nasal.
Sintomas
Coceira e irritação no nariz, coriza, espirros e congestão nasal.
O que é?
É a inflamação da mucosa que reveste o nariz. É muito comum que seja deflagrada por uma alergia: o organismo encara moléculas presentes na poeira e no mofo, por exemplo, como inimigos, e não demora a disparar o que se chama de cascata inflamatória. Como não é possível eliminar completamente aqueles elementos que atiçam as defesas do corpo, o nariz torna-se uma região constantemente inflamada. Vírus, bactérias e fungos, além de fatores irritantes não-alérgicos, como odores fortes, também podem desencadear a inflamação.
Tratamento
A rinite alérgica exige paciência. É possível lançar mão de medicamentos antialérgicos, mas manter o ambiente sempre limpo e arejado é essencial para controlar o problema. No caso das bacterianas e das virais, o mais comum é que o quadro evolua, levando a outros tipos de inflamação, como sinusite ou otite. Aí o tratamento será específico para essas manifestações.
Prevenção
Evite locais pouco ventilados, onde há acúmulo de poeira e mofo. O tratamento preventivo com medicamentos deve ser prescrito por um especialista.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Doenças do Inverno: Gripes e Resfriados
É quando a temperatura baixa que diversas doenças passam a atormentar o organismo.Vírus e bactérias aproveitam os locais fechados, cheios de gente, para se espalhar e provocar de espirros a dores no corpo. O sistema respiratório é o principal alvo desses problemas, que merecem ser remediados o quanto antes para evitar complicações. Conheça as doenças mais comuns do inverno e saiba como preveni-las
1- GRIPE
O que é?
É um problema respiratório causado pelo vírus influenza. Ao contrário do que muita gente pensa, não tem nada a ver com o resfriado, cujos sintomas são mais leves. O influenza consegue se apoderar de células das vias aéreas e, para conter essa invasão, o sistema imune recruta anticorpos e dispara uma baita reação inflamatória. No final das contas, não é apenas o aparelho respiratório que sente o ataque — o corpo inteiro padece de dores e daquela sensação de moleza. O impacto da agressão varia de acordo com as condições do hospedeiro — não por menos, a gripe costuma ser mais nefasta para os bebês e para quem já passou dos 70 anos.
Contagio: O vírus influenza no ar dentro de gotículas saídas do corpo por meio da tosse ou espirro. Desse jeito consegue penetrar pelo nariz ou pela boca de outros indivíduos infectando-os.
Sintomas: Febre alta, tosse, secreção nasal, dor de garganta, dor de cabeça e pelo corpo, cansaço físico.
Tratamento: São adotados remédios que atenuam os sintomas, como os antitérmicos, os analgésicos e os descongestionantes nasais. Depois de avaliar o caso, o médico pode receitar apenas repouso ou recorrer também a antivirais, cuja função é justamente exterminar o influenza. Casos mais graves exigem internação para evitar complicações como pneumonias.
Prevenção: Lavar sempre muito bem as mão, evitar o contato com pessoas com sintomas da gripe e, se possível, não frequentar locais apinhados de gente, como creches, estações de trem e aeroportos – todas essas ações contribuem para frear o contágio. Uma medida excelente, recomendada sobretudo a crianças pequenas e idosos, é tomar a vacina. Ela ensina o sistema imune a criar um pelotão atento, capaz de desmobilizar o ataque do influenza.
2- RESFRIADO
O que é?
Trata-se de um problema bastante comum que acomete as vias aéreas superiores — especialmente o nariz. Diferentemente da gripe, os sintomas são bem mais brandos. São vários os autores da encrenca — todos vírus, vale frisar. A quadrilha pode ser formada por rinovírus, parainfluenza e alguns tipos de adenovírus. Eles acabam agredindo a mucosa do nariz e, como resposta, o organismo ordena a produção de muco para eliminá-los.
Contágio: Diversos tipos de vírus (Como rinovírus,adenovírus e bocavírus)entram no trato respiratorio e decidem se instalar nas mucosas do nariz e da garganta.
Sintomas: Espirros,congestão nasal e coriza.
Tratamento: Não há remédio específico para os vírus do resfriado. Os medicamentos usados — caso dos descongestionantes nasais — combatem os sintomas até que o sistema imune se encarregue de abafar os invasores. Ficar de repouso pode ajudar.
Prevenção: A higiene das mãos e do nariz é o jeito mais seguro de evitar a contaminação pelos vírus. Um estilo de vida saudável ajuda a fortalecer o sistema imunológico, tornando-o mais eficiente para expulsar qualquer agressor. Até porque os agentes do resfriado não podem ser detidos por vacinas.
sábado, 11 de junho de 2011
Doenças do Inverno: Sinusite
Quando o frio chega e a umidade dá uma trégua, abrem-se as portas para micróbios que levam à sinusite. E haja dor de cabeça, congestão nasal... Conheça todas as saídas para se livrar desse aperto.
O que é?
É a inflamação ou infecção dos seios da face, as cavidades que ficam no interior dos ossos, ao redor do nariz, da maçã do rosto e dos olhos. Como ela sempre vem acompanhada de uma rinite, os especialistas chamam de rinossinusite. O processo infeccioso pode ser desencadeado por diversos fatores, como alergia, fungos, vírus e bactérias. Cerca de 95% dos casos de sinusite bacteriana surgem depois de uma gripe, muito comum neste período do ano. Vale lembrar que pacientes com desvio de septo, pólipos nasais ou qualquer alteração que impeça a ventilação dos seios da face são fortes candidatos à sinusite.
Respire fundo. Estamos naquele período do ano em que o nariz sofre — e como sofre! Casacos guardados durante meses finalmente saem do armário, o ar está mais seco e a poeira voa livre, leve e solta por todos os cantos. Para piorar, a gente tenta esquentar o corpo se amontoando em locais fechados, um prato cheio para a proliferação de vírus e bactérias. Assim, está armado o circo para que as doenças respiratórias promovam seu show. Nesta época, gripes e resfriados dão o ar da graça e a rinite ataca, deixando as vias aéreas expostas a toda sorte de inflamações. Aí, basta um micro-organismo mais esperto aproveitar a brecha e pronto: instala-se a sinusite — ou rinossinusite, como preferem os especialistas. “É muito raro ocorrer a sinusite sem uma rinite”, justifica Antônio Douglas Menon, otorrinolaringologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Quem já enfrentou o problema conhece os sintomas: a cabeça fica pesada e o rosto parece que vai explodir.Sem falar naquela secreção esverdeada que sai do nariz. Mas a doença às vezes dá sinais menos óbvios. “Rouquidão e tontura também podem ser indícios”, exemplifica o otorrinolaringologista Fernando Chami, do Centro de Pesquisa e Estudo da Medicina Chinesa, em São Paulo. Até dor de dente a sinusite, como ainda é popularmente conhecida, pode provocar.
Todo esse mal-estar ocorre porque os seios da face — as cavidades que ficam no interior dos ossos, ao redor do nariz, da maçã do rosto e dos olhos — entopem. Daí, abrir caminho para que o ar circule tranquilamente pelos seios da face nem sempre é tarefa fácil. Felizmente, a ciência tem trabalhado para desenvolver novas soluções para dar fim a esse sufoco. A equipe do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos, na capital paulista, acaba de trazer ao Brasil uma cirurgia criada nos Estados Unidos, parecida com o procedimento usado para desentupir artérias do peito: a sinuplastia com balão. “É mais uma ferramenta para combater a rinossinusite”, acredita o otorrinolaringologista João Flávio Nogueira, que já testou o método em 12 pacientes. Menos agressiva do que a cirurgia tradicional, ela seria recomendada para crianças, idosos ou aqueles que não podem se expor a sangramentos, por exemplo.
“É importante frisar que a nova técnica não é a solução para todos os problemas”, pondera João Flávio Nogueira. Ou seja: embora a sinuplastia apresente bons resultados — os pacientes que fizeram o teste passam muitíssimo bem —, o método requer indicações precisas, e nem sempre é a melhor escolha. A cirurgia tradicional, que como a nova operação também é guiada por videoendoscopia, continua cumprindo eficientemente o papel de desobstruir os seios paranasais — para isso, os tecidos que estão bloqueando as cavidades são cortados e removidos. “Hoje, ela melhora a qualidade de vida dos pacientes em cerca de 85% dos casos crônicos”, aponta Renato Roithman, presidente da Academia Brasileira de Rinologia. A intervenção cirúrgica, é bom lembrar, só entra em cena em casos graves ou quando todas as possibilidades de tratamento clínico falham.
Prevenção
Quem sofre de sinusite crônica deve tomar cuidados como beber bastante líquido para se manter hidratado – isso deixa o muco menos denso, o que facilita sua eliminação. Evitar cigarro e ambientes muito poluídos também protege a mucosa contra inflamações. As vacinas antipneumocócicas ajudam a combater um dos tipos de bactéria que podem causar a sinusite, os pneumococos.
Por Paula Desgualdo
segunda-feira, 23 de maio de 2011
As incríveis propriedades do levedo de cerveja
O levedo ou levedura de cerveja é um fermento natural usado na fermentação da cerveja. Porém pode ser consumido na sua forma em pó ou em cápsulas pois é um execelente protetor natural do organismo contra a poluição e radiações além de ser uma ótima fonte de vitaminas, principalmente as do complexo B, e sais minerais. Além disso é também ajuda no sistema imunológico, o stress e a fadiga, e também a auxiliar o fígado na desintoxicação do organismo.
Para que serve o Levedo de Cerveja
Como já foi dito acima, o levedo de cerveja ajuda na resistência e na desintoxicação do organismo, mas ele é muito mais do que isso. Ele ajuda a deixar a pele mais saudável, recompõe a flora intestinal e desintoxina o intestino, auxilia no tratamento de hemorróidas e prisão de ventre, é recomendado nos casos de stress, distúrbios nervosos e diabetes, é um excelente cicatrizante, aumenta as defesas do organismo, é ótimo para problemas de pele como acne, eczemas e furúnculos, indicado para casos de deficiências de vitaminas, anemias, infecções, resfriados e intoxicações.
Como ele é uma ótima fonte de vitaminas do complexo B, ajuda a manter a integridade dos sistemas digestivos e nervoso, auxilia na falta de memória e concentração, irritação, stress, depressão, cansaço físico e mental.
Os nutrientes
A levedura de cerveja contém, além de todas as vitaminas do complexo B (colina, biotina e inositol), vitamina A, sais minerais como cromo, zinco, cálcio, ferro, fósforo e selênio. Também possui proteínas e aminoácidos, complexos de DNA e RNA, carboidratos complexos, fibras dietéticas e ergosterol (precursor de vitamina D).
Fonte: http://www.alimentacao-saudavel.com/os-incriveis-beneficios-do-levedo-de-cerveja/
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Urologista também é médico de mulher
Cerca de 30% a 40% dos pacientes deste especialista são mulheres.
Um grande número de pessoas pensa que o urologista é um médico especializado somente em homens, assim como o ginecologista é especializado somente em mulheres. Estão enganados! Na verdade, O urologista é responsável pelo aparelho genital masculino, porém ele é especialista em doenças do aparelho urinário (rins e bexiga) de mulheres e homens, adultos, idosos e crianças.
Assim como nos homens, as mulheres estão muito suscetíveis a problemas urinários podendo sofrer alterações no sistema urinário durante a gravidez, no parto e quando chegam à menopausa.
As infecções (cistites) e incontinência urinária são problemas que afetam ambos os sexos. Na mulher, a incontinência urinária muitas vezes é entendida como um problema de envelhecimento e por este motivo, somente 30 a 40% das pacientes em consultórios de urologia são do sexo feminino.
A incontinência urinária acomete um numero bastante elevado de mulheres em sua fase produtiva. Trata-se de uma disfunção miccional que afeta não somente o aspecto higiênico como também cria condições sociais bastante desfavoráveis. A qualidade de vida e a auto-estima das pacientes é altamente afetada, podendo, inclusive, levar à depressão.
Muitas mulheres, por pensarem que o problema é natural no processo de envelhecimento, ou por vergonha de assumir a existência da incontinência, não procuram ajuda e não vão ao urologista.
Se quebrassem o tabu de que urologista não é para mulher, e fossem procurar este especialista, descobririam que a incontinência urinária, assim como outros problemas, tem solução.
Os problemas miccionais mais comuns entre as mulheres e que devem ser tratados por um urologista são:
- Bexiga Hiperativa: Transtorno conhecido como a vontade excessiva de ir ao banheiro e que provoca nas pessoas uma vontade incontrolável de urinar. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, aproximadamente duas mulheres para cada homem possuem o quadro da doença. Uma pessoa com Bexiga Hiperativa pode também desenvolver incontinência urinária, problemas de pele e infecções urinárias.
- Incontinência Urinária: é uma doença caracterizada pela perda involuntária de urina. É um problema de saúde comum entre mulheres de meia idade e idosas. Cerca de 30% da população feminina terá incontinência urinária depois dos 60 anos. A incontinência urinária pode ser decorrente de um enfraquecimento da musculatura da pelve (bexiga caída), ou por um mau funcionamento da bexiga (bexiga hiperativa)
- Cistite Intersticial: também chamada de síndrome da bexiga dolorosa, é a inflamação crônica da bexiga, geralmente muito intensa, que acomete principalmente mulheres com idade de 20 a 60 anos. Sua causa ainda é desconhecida.
- Infecção Urinária: é a presença de microorganismos no aparelho urinário. Pode ser causada por bactérias, fungos e vírus.
É importante sempre lembrar: procure um médico urologista de confiança, independentemente de sua idade
Por Dr. José Carlos Truzzi - Médico Urologista
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Higiene íntima Feminina
Acompanhando a história de popularização do banho, a preocupação com a higiene íntima tomou espaço na rotina da mulher, cuja anatomia requer cuidados específicos. A saúde da região genital reflete no bem-estar e conforto femininos, além de prevenir problemas ginecológicos.
Entretanto, uma pesquisa realizada durante o 15º Congresso Paulista de Obstetrícia e Tecnologia no final de 2010, em São Paulo, demonstrou que ainda há negligência em relação à higiene íntima por parte de médicos e pacientes. 422 especialistas foram entrevistados e a grande maioria declarou que apenas 3% das mulheres atendidas pediram espontaneamente informações sobre o assunto.
Boa parte dos médicos também assumiu só tratar do tema em 20% das consultas, sendo que um pouco mais da metade relataram que só abordam a higiene íntima quando a paciente apresenta alguma queixa relacionada a corrimentos com odor característico.
A urgência em sanar essa deficiência deve-se aos impactos que a vida moderna traz à saúde íntima feminina. A chegada da depilação com cera, calcinhas de lycra e roupas justas e sintéticas são alguns dos elementos que interferem na ventilação da região.
O estresse é um fator psicológico comum no dia a dia das grandes cidades que também pode abalar as defesas do organismo e criar condições para o desenvolvimento de infecções.
Sabonete íntimo no equilíbrio do pH
Umidade da pele, agentes externos e hormonais influenciam a variação do potencial hidrogênico iônico, o pH. Classificado em ácido (1 a 6,9), neutro (7) e alcalino (7,1 a 14), o pH considerado normal para a região íntima é em torno de 5,9. Quanto mais alcalino, mais debilitada a função imunológica da vulva.
Um índice de acidez ruim pode ser resultado de oclusão (quando o órgão íntimo é tapado, por exemplo por uma calça justa), excesso ou falta de higiene e sabões e limpadores inadequados. Paulo Giraldo, ginecologista da Unicamp, explica que, embora os cuidados com a higiene íntima da adolescente se assemelhem ao da mulher adulta, as alterações hormonais durante a adolescência pedem uma atenção especial.
O médico aconselha o uso de sabonetes íntimos adequados para regular o pH genital e fortalecer a capa protetora da intimidade feminina. A Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia publicou um folheto que também recomenda o uso de produtos especialmente formulados para não agredir a pele e mucosas genitais.
Segundo as orientações da instituição, os sabonetes devem ser hipoalergênicos, com pH entre 4,2 e 5,6 e líquidos, pois os sabonetes em barra geralmente são alcalinos e podem causar alergia e coceira.
Os produtos também não podem produzir espuma nem conter substâncias antissépticas, que matam os germes naturais da pele. Nunca utilize sabonete íntimo na parte interna da região genital, muito menos para tratar infecções e inflamações. Procure o seu ginecologista para saber qual o produto mais indicado.
Por Vanessa Macedo
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Apêndice: Rua sem saída
Essa comparação cai como uma luva para o órgão, um tubo aparentemente sem função que se situa no começo do intestino grosso. Mas, quando ele se torna refém de uma inflamação, a única solução é extirpá-lo.
Imagine-se comprando um carro zero. O vendedor oferece mais um acessório. Você, atento, pergunta a ele qual seria sua utilidade. “Serve para dar defeito”, responderia um lunático a fim de perder o emprego. Nenhum comprador em sã consciência levaria o veículo, mas, quando se trata da montagem do nosso corpo, não há escolha. A gente já sai de fábrica, por assim dizer, com um adicional que, em algum momento da vida, pode ser alvo de uma infecção capaz de provocar uma dor de lascar. Trata-se do apêndice. “E ele só serve para dar apendicite”, afi rma categórico o gastroenterologista Rogério Toledo Júnior, da Federação Brasileira de Gastroenterologia.
Localizado no início do intestino grosso, o apêndice não está na rota do processo digestivo. Mas, quando alguma coisa perde o rumo, entra e não consegue sair dali, começam os problemas. “Cerca de 60% dos casos de apendicite são provocados por fecalitos”, explica Gustavo Ribeiro de Oliveira, cirurgião gastrointestinal da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, no interior paulista. E um fecalito nada mais é que uma porção endurecida de fezes, do tamanho de um feijão, que bloqueia o trânsito no anexo intestinal aparentemente sem função.
Aí, para complicar o quadro, um processo inflamatório na área estimula a produção de folículos linfáticos, armas disparadas pelas defesas do corpo que contribuem para fechar de vez qualquer saída dali. Entupido, o pequeno órgão com formato de minhoca, que costuma ter até 1 centímetro de espessura e de 5 a 10 centímetros de comprimento, começa a inchar e a juntar pus (veja o infográfico nos complementos desta matéria). Uma dor na região do abdômen surge e aumenta a cada instante. Se nada for feito, o apêndice poderá necrosar, romper-se e espalhar seu conteúdo purulento por toda a cavidade abdominal — uma situação gravíssima capaz até de levar à morte. É por isso que a doença, que acomete 8% da população, deve ser tratada de imediato. Quanto antes for feito o diagnóstico, menores serão os riscos de complicações.
Os sintomas da apendicite podem ser confundidos com os de outras doenças, especialmente nas mulheres. Nelas, dores no lado direito do corpo muitas vezes indicam um cisto no ovário que se rompeu ou uma infecção nas trompas. Por isso, além do relato do paciente, os especialistas diagnosticam a amolação por meio de um exame físico. Em caso de dúvida, recorre-se ao auxílio de exames de sangue, ultrassonografia, tomografia computadorizada e até mesmo ressonância magnética.
Por Alexandre Gajardoni
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Ai, deu cãibra
Quem já teve cãibra sabe como dói. O músculo repuxa e parece que vai arrebentar. Mas ninguém precisa passar por essa chateação. Saiba o que fazer para sua batata da perna não assar.
Súbita e sorrateira, ela surge quando menos se espera. Na calada da noite, embaixo dos lençóis. No domingo ensolarado, dentro da piscina do clube. Ou no futebol de terça, depois daquele pique pela direita. Quem já teve sabe... É uma dor paralisante, que pode durar de alguns segundos a vários minutos. Basta uma leve flexão do pé para baixo e... ai! A batata da perna contrai-se parecendo dar um nó. Eis a cãibra se manifestando, para desespero de suas vítimas. Mas o que provoca essa dor súbita? O que fazer para preveni-la? E como se comportar quando ela aparece?
Os especialistas ainda discutem as causas dessa contração muscular violenta e involuntária. O que existe são algumas pistas importantes para entendê-la. A cãibra geralmente se manifesta na prática de uma atividade física, sobretudo se o esportista estiver, digamos, pouco condicionado — ou mal alimentado. Sim, quando os músculos carecem de condições adequadas para realizar um esforço diferente do habitual, é espasmo na certa. “Quem exagera no tempo ou na intensidade do exercício pode sofrer cãibras por falta de vitaminas e sais minerais, o que leva à fadiga muscular”, explica o educador físico Renato Dutra, supervisor técnico da Run & Fun Assessoria Esportiva, em São Paulo.
A escassez de oxigênio na circulação também contribui para esse cansaço extremo dos músculos. Quem um dia precisou ser socorrido devido a uma baita repuxada da musculatura já deve ter ouvido falar sobre um tal de ácido lático sem saber que substância é essa. A gente explica: trata-se de uma espécie de lixo orgânico que se acumula nos tecidos musculares quando as células usam a glicose para obter energia. Isso permite ao músculo continuar o esforço sem necessidade de recorrer ao oxigênio proveniente dos pulmões. Mas o excesso de ácido lático deflagra encrencas. “É como se a musculatura ficasse sem ar e com menos espaço para se mover. E isso gera fadiga”, ilustra o fisioterapeuta Robert Velentzas, de São Paulo. “Por isso a respiração correta é tão importante durante o exercício.”
O suor da atividade física é mais um fator que ajuda no desencadeamento de cãibras. “A perda excessiva de sódio pode levar à contração muscular”, diz o fisiologista Turíbio Leite de Barros, da Universidade Federal de São Paulo. Mas o excesso de exercício, sozinho, não é suficiente para explicar o aparecimento dessas contrações famigeradas. No meio esportivo, os especialistas sabem que o xis da questão pode estar no que se bebe — na verdade, no que não se bebe. “A desidratação é decisiva para a ocorrência do problema”, informa Barros.
E quanto às cãibras noturnas? Segundo o ortopedista Moisés Cohen, chefe do Centro de Traumatologia do Esporte da Unifesp, quem faz muito esforço físico durante o dia pode ter contrações à noite. E quem não faz também — mas, nesse caso, a falta de sódio é o fator crucial. “O suor e a urina em excesso podem provocar a perda desse mineral e de outros elementos. E o organismo utiliza o sódio do músculo quando está sem reservas energéticas”, explica Cohen. “Isso gera uma resposta nervosa que leva a um estresse mecânico e às contrações involuntárias.” Ou seja... cãibras!
Moisés Cohen acrescenta que diabete, problemas neurológicos e lesões vasculares podem estar por trás de um simples espasmo muscular. “São doenças capazes de favorecer o problema”, informa o especialista. “A insuficiência renal e a hemodiálise também contribuem para a redução da concentração de sódio no sangue e muitas vezes levam a problemas musculares, assim como a carência de outros minerais, como cálcio, magnésio e potássio.” O preparador físico Renato Dutra chama a atenção ainda para a síndrome das pernas inquietas, caracterizada por uma vontade incontrolável de mexer as pernas, principalmente durante o sono — e isso também pode disparar cãibras.
Não existe um tratamento específico para essas contrações. O melhor a fazer é se condicionar antes de partir para atividades físicas mais exigentes, comer e beber o suficiente para suportar a carga extra do exercício e procurar respirar profunda e coordenadamente durante os treinos. Quem sua mais de uma hora por dia também precisa repor nutrientes. Nessa situação, valem géis de carboidrato e líquidos isotônicos, além de água. “A pessoa que se prepara para a atividade física suporta melhor o esforço e retarda o surgimento de cãibra”, resume o educador físico Renato Dutra. Ou melhor: evita esse suplício e malha em paz
Por Giuliano Agmont
Os especialistas ainda discutem as causas dessa contração muscular violenta e involuntária. O que existe são algumas pistas importantes para entendê-la. A cãibra geralmente se manifesta na prática de uma atividade física, sobretudo se o esportista estiver, digamos, pouco condicionado — ou mal alimentado. Sim, quando os músculos carecem de condições adequadas para realizar um esforço diferente do habitual, é espasmo na certa. “Quem exagera no tempo ou na intensidade do exercício pode sofrer cãibras por falta de vitaminas e sais minerais, o que leva à fadiga muscular”, explica o educador físico Renato Dutra, supervisor técnico da Run & Fun Assessoria Esportiva, em São Paulo.
A escassez de oxigênio na circulação também contribui para esse cansaço extremo dos músculos. Quem um dia precisou ser socorrido devido a uma baita repuxada da musculatura já deve ter ouvido falar sobre um tal de ácido lático sem saber que substância é essa. A gente explica: trata-se de uma espécie de lixo orgânico que se acumula nos tecidos musculares quando as células usam a glicose para obter energia. Isso permite ao músculo continuar o esforço sem necessidade de recorrer ao oxigênio proveniente dos pulmões. Mas o excesso de ácido lático deflagra encrencas. “É como se a musculatura ficasse sem ar e com menos espaço para se mover. E isso gera fadiga”, ilustra o fisioterapeuta Robert Velentzas, de São Paulo. “Por isso a respiração correta é tão importante durante o exercício.”
O suor da atividade física é mais um fator que ajuda no desencadeamento de cãibras. “A perda excessiva de sódio pode levar à contração muscular”, diz o fisiologista Turíbio Leite de Barros, da Universidade Federal de São Paulo. Mas o excesso de exercício, sozinho, não é suficiente para explicar o aparecimento dessas contrações famigeradas. No meio esportivo, os especialistas sabem que o xis da questão pode estar no que se bebe — na verdade, no que não se bebe. “A desidratação é decisiva para a ocorrência do problema”, informa Barros.
E quanto às cãibras noturnas? Segundo o ortopedista Moisés Cohen, chefe do Centro de Traumatologia do Esporte da Unifesp, quem faz muito esforço físico durante o dia pode ter contrações à noite. E quem não faz também — mas, nesse caso, a falta de sódio é o fator crucial. “O suor e a urina em excesso podem provocar a perda desse mineral e de outros elementos. E o organismo utiliza o sódio do músculo quando está sem reservas energéticas”, explica Cohen. “Isso gera uma resposta nervosa que leva a um estresse mecânico e às contrações involuntárias.” Ou seja... cãibras!
Moisés Cohen acrescenta que diabete, problemas neurológicos e lesões vasculares podem estar por trás de um simples espasmo muscular. “São doenças capazes de favorecer o problema”, informa o especialista. “A insuficiência renal e a hemodiálise também contribuem para a redução da concentração de sódio no sangue e muitas vezes levam a problemas musculares, assim como a carência de outros minerais, como cálcio, magnésio e potássio.” O preparador físico Renato Dutra chama a atenção ainda para a síndrome das pernas inquietas, caracterizada por uma vontade incontrolável de mexer as pernas, principalmente durante o sono — e isso também pode disparar cãibras.
Não existe um tratamento específico para essas contrações. O melhor a fazer é se condicionar antes de partir para atividades físicas mais exigentes, comer e beber o suficiente para suportar a carga extra do exercício e procurar respirar profunda e coordenadamente durante os treinos. Quem sua mais de uma hora por dia também precisa repor nutrientes. Nessa situação, valem géis de carboidrato e líquidos isotônicos, além de água. “A pessoa que se prepara para a atividade física suporta melhor o esforço e retarda o surgimento de cãibra”, resume o educador físico Renato Dutra. Ou melhor: evita esse suplício e malha em paz
Por Giuliano Agmont
terça-feira, 12 de abril de 2011
Remédio na hora certa
Sincronizar o horário de um medicamento com o relógio do organismo faz toda a diferença para aumentar sua eficácia e diminuir efeitos colaterais. Essa é a proposta da cronofarmacologia, ciência que cuida da agenda biológica.
Mesmo que um especialista acerte na prescrição de uma droga, o tratamento pode ir por água abaixo sem um cronograma bem definido. Por esse motivo, profissionais do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo estão empenhados em estudar e difundir a disciplina que avalia o melhor momento para consumir cada princípio ativo. “As funções orgânicas vivem oscilando conforme o momento do dia. Conhecer suas fases e adequar os medicamentos a elas é importante para melhorar o aproveitamento e reduzir reações adversas”, aprova o fisiologista Luiz Menna-Barreto, da Universidade de São Paulo.
O planejamento precisa levar em conta tanto aspectos da rotina do indivíduo como certas peculiaridades do funcionamento do organismo. “Isso inclui fatores como sono, alimentação, trabalho, ritmo do sistema digestivo e produção de hormônios”, enumera a farmacêutica Amouni Mourad, assessora técnica do CRF.
Segundo ela, a difusão dessas informações é necessária não só para os profissionais como para a sociedade leiga. “Ao recorrer a um remédio de venda livre, como um antitérmico ou um analgésico, vale consultar o farmacêutico para saber em que horário ingeri-lo”, exemplifica.
“Já aos médicos cabe lançar mão de instrumentos como questionários de hábitos e monitores de atividade e temperatura corporais para individualizar o plano terapêutico”, completa Menna-Barreto. A expectativa é que se adotem progressivamente esses novos preceitos na prática clínica e que a bula dos remédios estampe orientações cronofarmacológicas. Quanto ao paciente, seu papel é comunicar ao médico qualquer desconforto e discutir com ele as alternativas para atenuá-lo, cogitando uma mudança de horários, sem desistir do tratamento.
Antes de estabelecer conexões entre os ponteiros do relógio e a ação de substâncias, vale a pena apontar um dos principais marcadores do compasso do organismo: o ciclo sono/vigília. Ele delineia o chamado ritmo circadiano. “Trata-se de um padrão temporal em que as funções orgânicas oscilam. Ele se repete, aproximadamente, a cada 24 horas”, descreve Menna-Barreto. Conhecer essa regularidade ajudará você a entender as razões pelas quais tomar remédio com hora marcada melhora a absorção e a distribuição de medicamentos dos grupos a seguir.
Por Adriana Toledo
sexta-feira, 8 de abril de 2011
ESTRESSE PÓS TRAUMÁTICO
As pessoas que vivem em cidades em que a onda de violência está aumentando, têm que lidar com um problema cada vez mais freqüente, o estado das vítimas após uma situação de agressão. As situações vividas podem ser várias: assaltos, acidentes de trânsito, seqüestros, violência sexual, presenciar uma situação violenta que ocorre com outra pessoa, entre várias outras
Todas estas situações podem ultrapassar o limiar de tolerância de uma pessoa em relação ao que ela experienciou. Assim, para algumas pessoas, a experiência de violência pode ser vivida como traumática, o que significa que a pessoa vive uma intensa reação de estresse na situação, sendo que a reação não se desfaz e a pessoa não retorna ao seu estado psicológico habitual.
Em situações ideais, uma pessoa que se depara com uma situação de agressão, vivencia uma alta intensidade de estresse no momento e logo depois do evento, mas tende a ir voltando ao seu padrão de funcionamento com o passar do tempo. (Selye, 1974, 1976).
Para entender este fenômeno é importante que nós possamos compreender os mecanismos da experiência de violência e os modos como uma pessoa pode viver a agressão durante e depois do evento. Há vários fatores que podem contribuir para que uma pessoa não volte ao seu estado habitual após uma situação de agressão: a idade e o momento em que o evento ocorreu, a intensidade e a duração da experiência, o nível de impotência que a pessoa sentiu, o sentido da experiência na história de vida da pessoa, os sentimentos que a situação despertou, como medo, pavor, raiva, etc.
Os Diferentes Modos de Reagir
Diferentes pessoas não reagem do mesmo modo a uma situação violenta. Quando duas pessoas vivem uma mesma situação de agressão, uma pode ficar traumatizada, enquanto a outra retoma a sua rotina em pouco tempo. Cada pessoa tem uma história singular de agressões e estresses em sua vida, cada uma associa o evento agressivo atual a experiências específicas de seu passado. Uma série de fatores como estes tornam alguém mais vulnerável a determinadas agressões, determinando os limites entre o assimilável e o excessivo.
Por exemplo, durante uma situação de violência, uma pessoa pode se manter fria e sob controle, outra pode entrar em desespero e pânico, enquanto uma terceira pode desmaiar. Três modos diferentes, pessoais, de lidar com a mesma situação de estresse intenso, o que expressa três temperamentos e três histórias de vida diferentes.
Após a situação, cada um poderá viver também de um modo singular os efeitos posteriores. Um pode ficar com medo apenas por alguns dias e depois voltar à vida normal, outro poderá ficar com uma ansiedade muito grande e duradoura e não conseguir voltar à sua rotina, enquanto um terceiro poderá afundar numa profunda depressão decorrente do grande abalo causado pela experiência. Cada um reage de um modo singular às várias situações de agressão que sofre na vida, assim como às eventuais situações de violência intensa.
Os Predisponentes
Apesar de muitas pessoas viverem situações violentas, uma parcela bem menor desenvolve Estresse Pós-traumático. Pesquisas têm apontado que as experiências de relacionamento nos primeiros dois anos de vida exercem um efeito significativo sobre a capacidade posterior de uma pessoa em lidar com o estresse e manejar os seus estados emocionais (Schore, 2001, 2002).
Ao cuidar do seu bebê, uma mãe ajuda a regular os estados internos de seu filho. Por exemplo, a mãe busca acalmar o bebê ao vê-lo muito agitado. A capacidade de auto-regulação emocional ainda não está desenvolvida, e a mãe exerce esta importante função de hetero-regulação até que o bebê possa aprender a se regular por si próprio.
Os traumas relacionados principalmente a experiências de abuso e negligência nesta idade precoce têm um enorme impacto sobre o desenvolvimento da criança e do futuro adulto. Nesta época as áreas cerebrais relacionados à regulação emocional ainda estão se desenvolvendo e os traumas interpessoais precoces podem afetar o desenvolvimento cerebral, tornando uma criança mais vulnerável a uma situação de Estresse Pós-Traumático na vida adulta. Esta área de pesquisas é importante por mostrar como o cérebro se constitui junto com as experiências de vida e não apenas pelo que é dado geneticamente (Schore, 2001). Assim a psicoterapia tem um trabalho valioso ao recuperar a dimensão da experiência vivida como caminho para a transformação da personalidade e do cérebro. A psicoterapia exerce um efeito indireto e remodelador sobre o cérebro no processo de recuperação emocional de um paciente.
Os Sinais e os Sintomas
Podem ocorrer várias manifestações em pessoas que desenvolvem estresse pós-traumático em decorrência de situações violentas.
Durante o evento, por exemplo, a situação pode parecer irreal, tudo parecendo como um sonho ou pesadelo e a pessoa se sentindo anestesiada na situação. Para outras pessoas a vivência pode ser de intenso desespero e dor. A vivência do tempo também pode ficar bastante alterada e o que durou apenas alguns segundos, por exemplo, pode parecer um longo tempo, as coisas podem parecer ocorrer em câmera lenta, tudo ficando muito vívido na percepção.
Logo após o evento, muitas pessoas se mantêm num estado de "anestesia emocional", sentindo-se distantes da situação, diminuindo sua responsividade ao mundo. Com o passar do tempo a pessoa pode ir "descongelando" e viver experiências intensas de impotência e fracasso. Algumas pessoas desenvolvem um estado mais depressivo, com perda de interesses, desânimo, embotamento emocional, estreitamento de horizontes na vida, etc.
Outras pessoas passam a ficar ansiosas, temendo que a situação se repita, desenvolvendo um padrão ansioso de distresse. A pessoa pode se lembrar repetidamente do evento, com as lembranças invadindo a sua consciência, muitas vezes lembranças dos mínimos detalhes. Há também pessoas que não conseguem lembrar nenhuma imagem da situação, ficando apenas com o efeito emocional do que ocorreu, como se tivesse sido algo dolorido demais que faz a pessoa esquecer.
Podem surgir associações entre o evento e situações específicas, levando a comportamentos de evitação, como não sair à noite, não sair de casa sozinho, não freqüentar determinados locais, etc. Intensas reações emocionais podem surgir frente a estímulos que simplesmente lembram a situação vivida, como certos sons, certo clima, certos olhares, etc.
Há possibilidade de se desenvolverem estados mais constantes de ansiedade, de alerta e vigilância, respostas exageradas de sobressalto e apreensão, dificuldade em se concentrar, atitude de desconfiança, etc.
Podem surgir sensações de irrealidade e distanciamento do mundo, fazendo tudo parecer como um sonho, com sensações de estar separado do corpo, etc. Pode haver pesadelos repetidos.
Algumas pessoas ficam mais irritadas, apresentando ataques de raiva e instabilidade emocional.
No geral as reações vão para duas direções básicas: depressão e ansiedade. Há pessoas que vão para estados mais depressivos, pessoas que vão para estados ansiosos e agitados e pessoas que se alternam entre estes dois estados.
Experiência, estresse e distresse
Após uma situação de violência, uma pessoa pode permanecer em estado alterado por períodos variáveis. É classificado como estado de estresse agudo quando a pessoa apresenta sinais intensos de estresse após o evento traumático, mas volta ao seu padrão de funcionamento normal dentro do primeiro mês. Quando as reações persistem por meses e até anos, é classificado como estresse pós-traumático. (Associação Americana de Psiquiatria,1995)
Segundo a classificação proposta por Keleman (1989), quando a reação de estresse vivida numa situação não se desfaz, ela é denominada de distresse. O nome certo de um estado permanente seria, portanto, distresse pós-traumático, porém o uso consagrou o termo estresse pós-traumático.
O estresse (quando desfaz) e o distresse (quando permanece) são respostas a situações de agressão tanto externas - que vem do encontro com o mundo - quanto internas, que decorrem do sentir dentro de si coisas além do assimilável.
Os sentimentos vividos na situação de violência podem ser excessivos e agressivos, ultrapassando o limiar de tolerância e assimilação de uma pessoa. Para alguém, por exemplo, sentir muito medo ou ódio nascendo dentro de si, pode ser extremamente assustador, de modo que a pessoa reage com forte estresse frente aos próprios sentimentos, que a agridem de dentro. Isto além da própria agressão que vem de fora.
Quando sintomas permanecem por um período mais longo, indicam que a agressão foi vivida muito intensamente, com um estado de estresse excessivo que levou à cristalização em um padrão de distresse.
Os padrões de distresse são organizações psicofísicas que mantém a pessoa paralisada num modo de funcionamento, sem poder voltar ao seu modo de vida anterior. (Keleman, 1989)
Por exemplo, uma pessoa que sofreu uma situação de violência, não conseguia mais dormir à noite, ficando alerta e atenta aos barulhos da noite, sentindo medo de que a situação pudesse se repetir. Ela evitava sair de casa, temia os olhares dos outros, temia que o agressor pudesse voltar a qualquer momento, tinha pesadelos com cenas de violência e a desconfiança dominava a sua experiência no mundo. Sua vida ficou bruscamente limitada, num estado de muito sofrimento e exaustão que já durava alguns meses quando ela chegou para o tratamento.
Observando seu corpo pudemos ver que ela estava com o olhar oscilando entre expressões de desconfiança, vigilância e medo, a visão geralmente sem foco, com perda da convergência binocular, a respiração superficial e rápida, o diafragma contraído, a postura puxada para cima, aumentando a pressão na cabeça e no peito.
Há uma relação intrínseca entre o estados somáticos e os estados subjetivos, pois os padrões motores organizam e sustentam como uma pessoa sente e percebe o mundo. (Keleman, 1987).
Há uma organização psicofísica que sustenta a pessoa no estado de distresse, criando a percepção de que o mundo é de um certo modo - no caso, hostil - e produzindo repetições infinitas de pensamentos, fantasias, pesadelos e sentimentos em torno de uma mesma questão, criada e mantida por um padrão alterado de funcionamento. Tanto os sentimentos como a percepção, os pensamentos e a postura corporal são organizados pelo padrão de distresse. Criam a realidade do perigo iminente e deixam a pessoa como se estivesse em vias de reviver a situação a todo o momento. A reação não se desfez, o alerta está lá dizendo que o perigo pode voltar a qualquer momento. A percepção da pessoa tende a interpretar tudo pela ótica do medo, tudo que a pessoa percebe é visto pela perspectiva de seu padrão ansioso de distresse.
O padrão ansioso organizado produz e mantém estados de apreensão, alerta, desconfiança, medo, confusão e pânico. Estes estados podem se alternar e se intensificar em diferentes momentos e situações.
Padrões de distresse são organizações psicofísicas que compõe modos "fixos" e "determinados" de funcionar na vida e que surgem a partir de situações que interferem drasticamente no processo existencial de uma pessoa, nestes casos, as experiências de violência. A partir da situação traumática a pessoa fica fixada e paralisada num modo repetitivo de funcionamento emocional.
O padrão de distresse se organiza através de uma forma no corpo, é uma realidade postural, sustentada pela musculatura e que afeta a motilidade interna das vísceras, o estado emocional, a percepção, os pensamentos, enfim a pessoa inteira fica organizada segundo este padrão. (Keleman, 1985, 1989).
O Tratamento
Cada pessoa em situação de Estresse Pós Traumático necessita de uma atenção cuidadosa, pois suas reações têm relação com a sua história de vida, sua capacidade de lidar com sentimentos e emoções, o impacto que a experiência teve em sua vida e a qualidade de suas experiências de vida dali para frente.
A intervenção terapêutica é um recurso necessário para que a pessoa possa reorganizar seu padrão de funcionamento e continuar seu processo de vida de modo mais saudável.
É possível sentir e ver o mundo diferente, sair da situação de sofrimento constante, através realização de mudanças nos padrões de distresse organizados.
Mediante observação atenta do corpo, do olhar, da postura, da respiração e do modo de se mover, o profissional pode identificar o estado subjetivo interno que esta pessoa pode estar vivendo. Porém tão importante quanto o profissional identificar os sinais exteriores, é ajudar e capacitar a pessoa a perceber o próprio corpo, discriminando com clareza a sua própria experiência e as conexões que há entre a sua vivência subjetiva e o modo como o seu corpo está organizado naquele momento. A partir de um desenvolvimento maior da auto-percepção é possível ensinar a pessoa a interferir em seus padrões de sofrimento somaticamente organizados, através de exercícios específicos, agindo sobre os seus padrões de distresse.
Ajudando a pessoa a perceber suas próprias sensações corporais, sua organização postural e suas atitudes organizadas somaticamente, podemos ajudá-la a perceber como o corpo está totalmente interligado ao que ela sente, vê e pensa, organizado num padrão de distresse. A partir daí podemos ajudar a pessoa a dialogar com a própria experiência através de um método eficiente, conforme proposto por Stanley Keleman (1987).
Na terapia utilizamos técnicas que atuam exatamente nos pontos que estão mantendo a pessoa em estado de distresse. Ensinamos a ela a reconhecer a organização corporal deste padrão, podendo modular, aumentando e diminuindo sua intensidade e permitindo a sua desorganização e reorganização, permitindo à pessoa criar modos mais vitais de lidar com os afetos e as situações de sua vida. Um dos objetivos é ensinar um auto-gerenciamento do estresse que possa servir como habilidade ao longo de toda a vida da pessoa.
A terapia permite restaurar a capacidade de lidar com fortes emoções internas, o que pode ter ficado comprometido desde a primeira infância. Este processo precisa ocorrer num contexto vincular de cuidado e confiança, no qual a pessoa do terapeuta, tal qual uma mãe cuidadosa, primeiro ajuda seu cliente a se acalmar, com a ajuda de técnicas específicas, para então começar a ensiná-lo a manejar melhor seus estados internos e o mundo à sua volta, visando a sua recuperação e o seu desenvolvimento.
Através deste caminho a pessoa pode voltar a viver o seu presente, e não mais ficar paralisada por uma situação que já poderia ter/ser passado.
Bibliografia de Referência
Associação Americana de Psiquiatria (1995). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM IV, Porto Alegre, Artes Médicas
Keleman, Stanley (1987/1995) Corporificando a experiência, São Paulo, Summus
___________ (1985/1992) Anatomia Emocional, São Paulo, Summus
___________ (1989/1997) Padrões de Distresse, São Paulo, Summus
Selye, Hans (1974). Stress without Distress. Nova York, NAL
__________ (1976/1978) The Stress of Life, New York, Mc Graw Hill, revised edition.
Schore, Allan N. (2001). The Effects of a Secure Attachment Relationship on Right Brain Development, Affect Regulation, and Infant Mental Health. Infant Mental Health Journal. 22, p 7-66.
__________ (2002). Dysregulation of the Right Brain:
A Fundamental Mechanism of Traumatic Attachment and the
Psychopathogenesis of Posttraumatic Stress Disorder. Australian and New Zealand Journal of Psychiatry, 36, p 9-30.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Você conhece essa tal de vitamina B12?
Talvez você nunca tenha ouvido falar sobre essa vitamina, mas certamente os vegetarianos a conhecem muito bem. Isso se deve ao fato dela ser o único nutriente encontrado em quantidade significativa apenas nos alimentos de origem animal como nas carnes vermelhas, ovos, leite, fígado e peixes.
A vitamina B12 ou cobalamina, como também é conhecida; exerce importante papel na saúde do organismo, pois possui uma função indispensável na formação do sangue e é necessária para uma boa manutenção do sistema nervoso. Sua deficiência é rara em pessoas que seguem uma alimentação comum, mas em vegetarianos por acontecer e leva a duas grandes complicações: anemia megaloblástica e neuropatia.
Estudos demonstram que os vegetarianos, principalmente veganos, aqueles que não comem nenhum tipo de carne; não ingerem vitamina B12 suficiente e consequentemente apresentam estado nutricional relativo à vitamina abaixo do recomendado. Por isso conheça a importância da nutrição nos vegetarianos.
Qual a necessidade diária de B12?
Faixa etária | Recomendação (mcg) |
0 a 6 meses | 0,4 mcg |
7 a 12 meses | 0,5 mcg |
1 a 3 anos | 0,9 mcg |
4 a 8 anos | 1,2 mcg |
9 a 13 anos | 1,8 mcg |
14 anos ou mais | 2,4 mcg |
Gestação | 2,6 mcg |
Lactação | 2,8 mcg |
Quem deve suplementar?
• Todas as pessoas acima de 50 anos¹.
• Crianças vegetarianas.
• Gestantes vegetarianas.
• Mulheres vegetarianas que estão amamentando².
• Vegetarianos que consumam pouco ou nada de laticínios e\ou ovos.
¹Devido ao fato de 10 a 30% de toda a população (vegetariana ou não) acima dos 50 anos apresentar alguma deficiência na absorção.
²Apenas a B12 consumida pela mãe é transferida pelo leite materno, ou seja, mães com estoques adequados de B12, mas que não consomem a vitamina durante o período de amamentação não iram fornecer doses adequadas ao seus filhos.
Como suplementar de forma segura? (converse com seu nutricionista ou médico antes)
• Consumir alimentos fortificados ao longo do dia que no final forneçam 3mcg da vitamina.
• Suplemento oral com 5mcg ao dia.
• Suplemento oral com 2000mcg por semana.
• Suplementação injetável de 5.000 UI por ano (converse com seu médico).
Como Avaliar o estado nutricional relativo a B12?
Converse com seu nutricionista e\ou médico que solicitará os seguintes exames:
• Hemograma.
• B12 sérica.
• Homocisteina.
Por Eduardo Fraccarolli Buriola - Nutricionista