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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Higiene íntima Feminina


Acompanhando a história de popularização do banho, a preocupação com a higiene íntima tomou espaço na rotina da mulher, cuja anatomia requer cuidados específicos. A saúde da região genital reflete no bem-estar e conforto femininos, além de prevenir problemas ginecológicos.

Entretanto, uma pesquisa realizada durante o 15º Congresso Paulista de Obstetrícia e Tecnologia no final de 2010, em São Paulo, demonstrou que ainda há negligência em relação à higiene íntima por parte de médicos e pacientes. 422 especialistas foram entrevistados e a grande maioria declarou que apenas 3% das mulheres atendidas pediram espontaneamente informações sobre o assunto.

Boa parte dos médicos também assumiu só tratar do tema em 20% das consultas, sendo que um pouco mais da metade relataram que só abordam a higiene íntima quando a paciente apresenta alguma queixa relacionada a corrimentos com odor característico.

A urgência em sanar essa deficiência deve-se aos impactos que a vida moderna traz à saúde íntima feminina. A chegada da depilação com cera, calcinhas de lycra e roupas justas e sintéticas são alguns dos elementos que interferem na ventilação da região.

O estresse é um fator psicológico comum no dia a dia das grandes cidades que também pode abalar as defesas do organismo e criar condições para o desenvolvimento de infecções.

Sabonete íntimo no equilíbrio do pH

Umidade da pele, agentes externos e hormonais influenciam a variação do potencial hidrogênico iônico, o pH. Classificado em ácido (1 a 6,9), neutro (7) e alcalino (7,1 a 14), o pH considerado normal para a região íntima é em torno de 5,9. Quanto mais alcalino, mais debilitada a função imunológica da vulva.

Um índice de acidez ruim pode ser resultado de oclusão (quando o órgão íntimo é tapado, por exemplo por uma calça justa), excesso ou falta de higiene e sabões e limpadores inadequados. Paulo Giraldo, ginecologista da Unicamp, explica que, embora os cuidados com a higiene íntima da adolescente se assemelhem ao da mulher adulta, as alterações hormonais durante a adolescência pedem uma atenção especial.

O médico aconselha o uso de sabonetes íntimos adequados para regular o pH genital e fortalecer a capa protetora da intimidade feminina. A Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia publicou um folheto que também recomenda o uso de produtos especialmente formulados para não agredir a pele e mucosas genitais.

Segundo as orientações da instituição, os sabonetes devem ser hipoalergênicos, com pH entre 4,2 e 5,6 e líquidos, pois os sabonetes em barra geralmente são alcalinos e podem causar alergia e coceira.

Os produtos também não podem produzir espuma nem conter substâncias antissépticas, que matam os germes naturais da pele. Nunca utilize sabonete íntimo na parte interna da região genital, muito menos para tratar infecções e inflamações. Procure o seu ginecologista para saber qual o produto mais indicado.


Por Vanessa Macedo

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